O excesso de chuvas verificado durante o ciclo de plantio e desenvolvimento das mudas de aipim está tendo seus primeiros reflexos. Produtores registram um rendimento de até 50% menor neste início de safra. Embora o preço pago este ano chegue a R$ 18 por caixa de 22 quilos, o fator não minimiza a frustração.
A Central de Abastecimento do Rio Grande do Sul (Ceasa/RS) e a Emater, para onde cerca de 50% dos produtores da cultura encaminham sua produção, atribui a queda na produção ao excesso de umidade do solo. “Muitas lavouras precisaram ser replantadas porque as ramas de aipim (mudas) apodreceram e isso prejudica a produtividade agora”, comenta a gerente regional adjunta da Emater Regional de Estrela, Maria Cristina Maia Grabin.
A extensionista da Emater de Cruzeiro do Sul, Carmem Fransozi, explica que as condições meteorológicas causarão uma queda na renda dos produtores entre 40 e 50%. “Infelizmente, a produção e o rendimento serão menores devido às chuvas, porém a qualidade não foi afetada”, garante.
Falta produto
Com a queda na produção este ano pelo excesso de chuvas, várias agroindústrias têm encontrado dificuldade em conseguir matéria-prima. Um exemplo é a Campos do Sul, localizada em São Rafael, que traz semanalmente 400 caixas (24 quilos cada) do Paraná para atender a demanda de supermercados gaúchos. Paga R$ 0,50 o quilo. São 16 funcionários. O faturamento anual passa de R$ 1 milhão.
Porém, a extensionista garante que o produto não está em falta e é suficiente para abastecer agroindústrias e mercados. “O que muitas vezes ocorre é que as empresas não chegam a um acordo com o produtor que acaba vendendo para quem oferece melhores preços.”