Projeto promissor enfrenta abandono

TEUTÔNIA

Projeto promissor enfrenta abandono

Investidores e município tentam encontrar um caminho para o Teutopark. Redesenho do projeto é opinião unânime

Projeto promissor enfrenta abandono
Projeto inicial previa calçadão, pista de caminhada, quadras poliesportivas e empreendimentos gastronômicos. Quase sete anos depois, espaço só tem pavimentação e iluminação (foto: Gabriel Santos)
Teutônia

Anunciado com grande expectativa em dezembro de 2018, o Teutopark surgiu como uma proposta ousada: transformar-se em um dos maiores centros de lazer, turismo e gastronomia do Vale do Taquari. Idealizado como um espaço de convivência “digno de ser comparado a cidades europeias”, o projeto previa uma estrutura robusta, que reuniria em um só local esporte, lazer e um centro gastronômico com 16 lotes destinados exclusivamente a restaurantes, bares ou cafés.

O modelo proposto baseava-se na venda destes lotes através de leilões. Com o dinheiro arrecadado, seria possível investir na infraestrutura do parque, criando um espaço moderno e atrativo para moradores e turistas. Contudo, sete anos após o lançamento, o cenário é de incerteza e frustração. Entre 2019 e 2022, apenas dois investidores adquiriram lotes no local — um por R$ 180 mil e outro por aproximadamente R$ 250 mil — com o objetivo de diversificar seus negócios e gerar renda com locações.

“Após a compra dos lotes houve a contrapartida dos investimentos iniciais, como iluminação e pavimentação. Mas, atualmente, está bem abandonada a área e sem manutenção”, relata um dos investidores. A falta de adesão nos leilões seguintes e a ausência de novos interessados acenderam o alerta. Segundo os investidores, a melhor saída seria o próprio município recomprar os terrenos e decidir de que forma utilizá-los.

“Ficamos tristes, pois realmente gostamos e acreditamos no potencial do projeto. Teutônia merece um local com opções diversificadas de gastronomia. Mas hoje não acreditamos que isso possa acontecer. Muito tempo passou e o projeto está desacreditado”, desabafa outro investidor.

“Hoje me sinto desconfortável em investir lá, pois o projeto inicial não deu certo. Só tive prejuízo nesses anos todos em deixar o dinheiro parado lá”, complementa, sugerindo que a solução ideal seria uma negociação com a prefeitura pela recompra dos lotes, considerando os valores atualizados de mercado.

Posição do município

A atual gestão municipal reconhece o impasse e afirma estar aberta a discutir alternativas. O secretário de Desenvolvimento Econômico, Inovação e Turismo, Valdir Griebler, admite que o modelo pensado originalmente não se mostrou viável.

“Esse projeto do Teutopark foi feito numa formatação em que os recursos viriam da iniciativa privada, com a compra dos lotes, enquanto a administração pública faria os investimentos. O projeto é bom, é interessante, mas não é viável. Tanto que, até hoje, não houve nenhum investimento efetivo dos compradores das áreas”, explica Griebler.

Segundo ele, desde que assumiu a pasta, em janeiro, recebeu investidores em busca de soluções. A avaliação da prefeitura é que o projeto precisa ser reformulado.

“No formato atual, não vai evoluir. Precisamos achar uma alternativa. O que eu imagino é formatar o projeto em uma Parceria Público-Privada, para que isso aconteça de forma conjunta. Estamos em contato com investidores e acreditamos que vamos conseguir mobilizar interessados para que a área se desenvolva. Talvez não neste ano, porque o projeto não está incluído no orçamento anual, mas estamos pensando nisso”, conclui.

 

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