Novo campeonato, velha discussão

Opinião

Ezequiel Neitzke

Ezequiel Neitzke

Jornalista

Coluna esportiva

Novo campeonato, velha discussão

Uma das discussões mais acaloradas da última reunião da Série A do Regional Aslivata foi a idade dos atletas nas competições da região. Um tema antigo, mas que ganha novas camadas a cada temporada. É inegável que os clubes e a Aslivata precisam abrir espaço para os mais jovens — afinal, são eles o futuro do futebol local. No entanto, o desafio está em encontrar formas de manter em atividade quem “estoura” a idade permitida para a categoria aspirante.

No formato atual, a idade no aspirante é liberada, mas para o próximo ano discute-se a adoção do modelo sub-23. A proposta é válida para estimular a renovação, mas traz um efeito colateral preocupante: muitos atletas experientes, que ainda têm qualidade e história nos clubes, podem ficar sem espaço. Com a liberação total para atletas de fora do Vale do Taquari e até a participação de jogadores profissionais, o funil para os locais se estreita ainda mais.

Se a entidade pensa em reformular a categoria aspirante, é essencial que olhe também para a titular. Manter o equilíbrio entre juventude, experiência e valorização dos talentos locais é o caminho para fortalecer as competições e preservar a identidade do nosso futebol. Caso contrário, corremos o risco de ver muita gente boa apenas assistindo da arquibancada.

Que sirva de aprendizagem

Na última reunião da Série A, a Aslivata tentou lançar ideias para melhorar a organização do campeonato. Uma proposta sensata é antecipar o debate: que tal apresentar as diretrizes já na entrega da premiação aos destaques do ano? Assim, os clubes saem do evento já sabendo o que os espera no próximo calendário. Evita-se polêmica, ganha-se tempo e todos se preparam melhor.

Palavra X Dinheiro

Com a modernização dos campeonatos, a velha ficha de inscrição deu lugar à confiança. Mas quando a palavra vale menos que uma proposta melhor, surgem os impasses. Neste ano, alguns atletas viraram as costas para acordos verbais diante de novas ofertas — e deixaram clubes na mão. O dinheiro falou mais alto. O episódio acendeu um alerta: dirigentes já estudam alternativas para evitar esse tipo de situação em 2026. Afinal, sem compromisso formal, a ética do esporte fica no banco de reservas.

Retorno

A cheia de 2024 destruiu a sede do EC Bragantino, mas não foi capaz de apagar sua história. Aos poucos, o clube começa a se reerguer — e o retorno às competições esportivas simboliza esse novo capítulo. No Campeonato Municipal de Futebol 7 de Marques de Souza, o Bragantino participou com duas equipes. Ambas chegaram à final: uma na Série Prata, outra na Série Ouro. E foi na Ouro que veio o título (foto), celebrado com emoção e gratidão. Mais do que uma taça, a conquista representa o reconhecimento à comunidade que estendeu a mão no momento mais difícil. Agora, o clube sonha mais alto e já projeta disputar competições maiores. Quem sabe, em breve, não voltamos a ver o Bragantino nas disputas regionais?

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