O mercado de trabalho brasileiro manteve-se sólido no primeiro trimestre de 2025, segundo dados divulgados nesta quinta-feira, 29, pelo IBGE. A taxa de desemprego caiu para 6,6%, o menor índice para o período desde o início da série histórica em 2012. O resultado surpreendeu positivamente o mercado, ficando abaixo da expectativa de 6,9% estimada pela Reuters.
O número de ocupados atingiu 103,257 milhões de pessoas, alta de 0,3% sobre o trimestre anterior e de 2,4% em relação ao mesmo período de 2024. Já o total de desempregados chegou a 7,273 milhões, uma leve alta trimestral de 1,0%, mas com recuo de 11,5% na comparação anual.
O destaque ficou para os trabalhadores com carteira assinada no setor privado, que somaram 39,648 milhões, um recorde. Esse grupo cresceu 0,8% ante o trimestre anterior. Por outro lado, o número de empregados sem carteira caiu 1,6%, totalizando 13,660 milhões.
Segundo o IBGE, a formalização do emprego é impulsionada pela menor subutilização da força de trabalho e pela demanda de trabalhadores mais qualificados por melhores condições. O rendimento médio real chegou a R$ 3.426, com alta de 0,4% no trimestre e de 3,2% em relação ao ano anterior.
Analistas avaliam que o mercado deve seguir robusto, mas com possível desaceleração nos próximos meses, em meio à perda de fôlego da economia. Apesar de impulsionar a atividade, o mercado aquecido pode dificultar o controle da inflação, sobretudo nos serviços. Para conter os preços, o Banco Central já elevou a taxa Selic a 14,75%.