Com uma pauta extensa e marcada pela presença de representantes da Corsan, a sessão da Câmara de Vereadores de Boqueirão do Leão teve como tema principal a recorrente falta de água enfrentada pela população do município. O encontro contou ainda com apresentação e retirada de projetos para análise mais aprofundada, além de pedidos de informação por parte dos parlamentares.
Entre os principais assuntos debatidos, esteve a solicitação do vereador Edson Jonas da Silva (PDT), que requisitou informações detalhadas sobre os gastos do Executivo com um dos veículos da frota municipal, incluindo despesas com peças e serviços de oficina.
Dois projetos receberam baixa para estudo mais apurado: a autorização de convênio no valor de R$ 20 mil com a Associação Gaúcha Pró-Escolas Famílias Agrícolas (AGEFA), voltado ao repasse de recursos para alunos do município; e a abertura de crédito e inclusão de recursos oriundos de emenda parlamentar no montante de R$ 323,8 mil, destinados à aquisição de uma ambulância.
No entanto, o tema que dominou a tribuna foi a escassez no abastecimento de água. Para prestar esclarecimentos, estiveram presentes na sessão o gerente institucional da Corsan, Felipe Trindade, e o coordenador de operações da empresa, Dimitryos Klug. Eles explicaram que, além de problemas pontuais, o sistema de abastecimento do município sofre com tubulações antigas e intervenções mal executadas no passado, fatores que comprometem a regularidade da distribuição.
O vereador Gilnei Zanus (PL) destacou a necessidade de que a Corsan mantenha funcionários fixos atuando no município. Em resposta, Trindade afirmou que a empresa tentou contratar trabalhadores locais, mas os dois candidatos inscritos desistiram das vagas, o que levou à reabertura do processo seletivo.
Klug acrescentou que o município é monitorado 24 horas por dia, mas pediu que os moradores utilizem os canais de atendimento da Corsan para registrar ocorrências, o que agiliza o atendimento e a resolução de problemas.
Questionado por Edson Jonas da Silva (PDT) sobre o plano de ação e o prazo para normalização do abastecimento, Felipe Trindade estipulou um período de 45 dias para que melhorias efetivas comecem a ser sentidas.
Já o vereador Robson Klaus (MDB) cobrou uma solução definitiva e criticou a cobrança de tarifas mesmo sem o fornecimento de água. Ele também apontou a precariedade do asfalto e da infraestrutura após reparos feitos pela Corsan. Ao ser indagado sobre os custos relacionados aos vazamentos, Trindade disse que a empresa não divulga esses dados publicamente, mas garantiu que há uma equipe voltada à redução de perdas.
