A chegada do inverno propicia o controle mais efetivo de pragas como o carrapato bovino nas propriedades rurais e condiciona menor número dos parasitas nas épocas de maior proliferação, especialmente na primavera.
O animal é transmissor de doenças, como a parasitária bovina que pode ocasional a morte do hospedeiro. Este é o tema de encontro regional realizado nesta quinta-feira, às 13h30min, no CTG Pagos de São Rafael, em Cruzeiro do Sul.
O evento é realizado em parceria entre o governo estadual, a Emater/RS e o Instituto de Pesquisas Veterinárias Desidério Finador (IPVDF). A instituição é especializada em estudos sobre o parasita e traz o pesquisador e médico veterinário José Reck Júnior para palestrar. Ele é considerado uma das maiores autoridades sobre o assunto no RS.
De acordo com o médico veterinário e assistente técnico regional da Emater/RS-Ascar da região de Lajeado, Martin Schmachtenberg, a época do ano é ideal para o manejo e por isso a entidade opta em promover eventos neste formato no período. Outros foram realizados em 2021 e 2022 na região.
“Ainda tem bastante carrapato, mas é mais fácil de controlar. Queremos sensibilizar o produtor para atuar agora e quando chegar na primavera tenha uma população menor dos parasitas no campo e haja menor proliferação.”
Dentro do controle, observa, o instituto de pesquisas orienta produtores a enviarem carrapatos ao IPVDF para análise da cultura e testes de resistência dos animais. São testados quais as carrapaticidas mais eficientes, pois a eficiência destes varia conforme região.
“Nem todos os carrapatos são iguais. Em algumas propriedades atua muito bem uma determinada carrapaticida e em outra um diferente”, informa Schmachtenberg.
Na palestra, Reck também abordará sobre os princípios ativos dos produtos usados para combater os carrapatos. “As vezes o produtor muda de marca porque não está fazendo efeito, mas o princípio é o mesmo e não vai dar resultado”, observa o médico veterinário da Emater.
Doença parasitária bovina
O carrapato bovino é considerado o principal parasito dos animais no país, sendo responsável por prejuízos que superam R$ 3 bilhões ao ano. Tais perdas estão associadas à redução no ganho de peso, produção de leite, custos com tratamento e às doenças transmitidas.
O parasita, por si só, dificilmente pode ocasionar a morte de algum hospedeiro, somente em casos de grande infestação e ausência de cuidados. No entanto, ele é transmissor da doença parasitária bovina. “Neste caso pode provocar a morte do bovino, por exemplo, tendo em vistas que o parasita suga o sangue do animal e o deixa fraco”, observa Schmachtenberg.
Em caso de algum bovino adoecido pelo vírus, informa o médico veterinário, pode haver a transmissão entre demais animais da propriedade e inclusive de vizinhos.
Sobre o palestrante
José Reck Júnior – Pesquisador do Laboratório de Parasitologia possui graduação em Medicina Veterinária, mestrado e doutorado pelo Centro de Biotecnologia, todos pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).
Trabalhou como professor da Universidade Federal do Amazonas (UFAM). Realiza pesquisas sobre vetores/doenças vetoriais de importância veterinária no neotrópico, com ênfase no estudo de carrapatos.
É membro da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), do Colégio Brasileiro de Parasitologia Veterinária (CBPV) e do Colégio Brasileiro de Experimentação Animal (COBEA/SBCAL).

José Reck Júnior – Pesquisador do Laboratório de Parasitologia