Onda de frio reabre alerta sobre hipotermia

Proteção animal

Onda de frio reabre alerta sobre hipotermia

Queda de temperatura exige cuidados para evitar morte de animais no campo

Onda de frio reabre alerta sobre hipotermia
Em casos mais avançados, animais devem receber suplementação para aumentar a carga energética (Foto: Estevão Heisler)

O avanço de uma massa de ar frio sobre o Estado reacende a preocupação sobre a prevenção a casos de hipotermia no campo e que podem culminar na morte de animais. A previsão indica queda abrupta na temperatura a partir desta quarta-feira, com marcas negativas em diversas regiões e possibilidade de geadas.

Nos primeiros dias da incidência da massa de ar frio haverá culminância com umidade. Este conjunto, de acordo com o médico veterinário Hermes Radmann, é um dos principais potencializadores para casos de hipotermia, especialmente para animais que tenham circulação externa e possam ficar molhados.

Prova disto, ocorreu no inverno do ano passado quando o Vale do Taquari teve chuva e frio por consecutivas semanas. “A chuva acentua a perda de temperatura corporal e aconteceu de muitos bovinos morrerem, sobretudo aqueles que estavam menos nutridos”, aponta o veterinário que é especializado no cuidado de animais de maior porte.

Em condições de chuva e baixas temperaturas, Radmann orienta aos produtores transferirem os animais para ambientes fechados para que estes fiquem secos e possam se aquecer. “Esse é o primeiro passo, abrigar. Depois disto temos algumas técnicas que ajudam aqueles mais debilitados a recuperar a condição térmica.”

Comumente, cita o veterinário, se orienta aos produtores cobrir estes animais com panos ou sacos. Em casos mais avançados, alguns produtores fazem fogueiras para agilizar o aquecimento do ambiente. Isso ocorreu muito no ano passado em Minas Gerais, estado que registrou a morte de mais de 3 mil bovinos por hipotermia.

A aplicação de medicamentos e suplementos também pode ser uma alternativa. De acordo com Radmann, se utiliza soluções calóricas para estimular o metabolismo dos animais e, por consequência, aumentar a carga energética e a temperatura.

Maior sensibilidade

Algumas condições favorecem a sensibilidade ao frio e também dificultam a recuperação. A principal delas é a falta de nutrição. Animais mais magros tendem a sofrer mais e ficam suscetíveis a hipotermia. “A gordura é uma reserva energética natural, então aqueles que chegam ao inverno nesta condição, com certeza, terão maior resistência ao período”, destaca o médico veterinário.

A raça do gado bovino também interfere. De acordo com Radmann, aqueles de origem europeia são mais resistentes ao frio pela sua característica genética. “Já animais como zebus são mais sensíveis, por isso tamanha quantidade de mortes em Mato Grosso.”

Diagnóstico de hipotermia

De acordo com o médico veterinário, bovinos em estado hipotérmico ficam rígidos e parados, com o rabo entre as pernas. Ficam encolhidos com a coluna vertebral normalmente em formato de arco e tremendo. “A tremedeira é um reflexo do organismo para tentar fazer calor, igual ao que ocorre com o ser humano. Você treme porque o músculo contrai e descontrair e gera calor.”

Em casos extremos, os animais deitam o que evidencia a pouca reação. “O corpo entra em hipotermia e ele fica sem reação corpórea, com movimento e reflexo lento, porque desacelera ao extremo pela falta de glicose no corpo.”

 

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