Crise na saúde reforça necessidade de expansão

TEUTÔNIA

Crise na saúde reforça necessidade de expansão

Superlotação acelera mobilização pelo Polo de Saúde do Hospital Ouro Branco

Crise na saúde reforça necessidade de expansão
Projeto Polo de Saúde Hospital Ouro Branco, que prevê a ampliação da capacidade de atendimento com a construção de 55 novos leitos
Teutônia

O Hospital Ouro Branco (HOB), referência em saúde na microrregião e a empresa mais antiga de Teutônia, completa 81 anos de atuação em meio a um cenário desafiador.

Com todos os 79 leitos ocupados, a instituição enfrenta, assim como todo o Rio Grande do Sul, uma explosão de casos de doenças respiratórias
que levou o governo estadual a decretar emergência em saúde pública.

Os números são alarmantes. Apenas no mês de maio, o hospital registrou sete mortes por infecções respiratórias, mais que o dobro das ocorrências de abril.

Atualmente, oito pacientes estão internados com quadros respiratórios graves, entre eles cinco adultos e três crianças. Gripe, bronquiolite, pneumonia,covid e agravamento de doenças crônicas como asma estão entre os principais diagnósticos.

“O cenário é preocupante. As doenças respiratórias hoje figuram entre os dois principais motivos de atendimento na nossa emergência, e com uma gravidade
crescente”, alerta o médico Fábio Cardoso, coordenador da emergência do HOB.

Desde novembro do ano passado, a curva de atendimentos não para de crescer. Em abril e maio, três pacientes de cada mês precisaram ser transferidos para leitos de UTI, uma alternativa cada vez mais difícil diante da lotação dos hospitais em todo o Estado.

Rede forte, mas sobrecarregada

De acordo com o diretor executivo do HOB, José Paulinho Brand, a situação do Vale do Taquari ainda é relativamente mais organizada do que em outras regiões, justamente pela força da rede hospitalar e do trabalho conjunto com a atenção primária dos municípios. Mas, mesmo assim, o sistema está no limite.

“Nós temos um SUS muito bom no Vale do Taquari, porque trabalhamos em rede, os hospitais se ajudam. Porto Alegre colapsa muito antes do que aqui. Mas, mesmo com tudo isso, hoje estamos completamente lotados. Nossa emergência não para, é 24 horas. Crianças e idosos são a maioria. Isso impacta internamentos, bloco cirúrgico e toda a ocupação dos leitos e envolvimento dos profissionais”, explica.

Ele lembra que os meses de maio e junho, historicamente, são períodos de pico das doenças respiratórias, com aumento significativo da procura por atendimento. “[A expansão] é uma necessidade. Nossa rede hospitalar precisa se fortalecer para que a gente dependa cada vez menos de Porto Alegre e de outros grandes centros”, reforça Brand.

“Polo de Saúde é necessidade”

Diante da realidade, o Hospital Ouro Branco aposta em uma solução estruturante: o Projeto Polo de Saúde Hospital Ouro Branco, que prevê a ampliação da capacidade de atendimento com a construção de 55 novos leitos, incluindo 10 de UTI, além de setores especializados em diversas áreas.

“Esse projeto não é só um sonho, é uma necessidade. Queremos finalizar o projeto
executivo e encaminhar para o Governo do Estado, buscando financiamento via FUNRIGS”, detalha Brand. Mas, para isso, o hospital precisa antes concluir uma série de projetos complementares, que permitirão a formalização do pleito junto ao Estado.

Comunidade mobilizada

A mobilização da comunidade tem sido essencial. Empresas, líderes políticos e entidades da região estão engajadas na causa. Um dos movimentos de destaque é o Show Pra Sempre Rock Gaúcho, que ocorre no sábado, 24, data do aniversário de
Teutônia.

O evento tem como objetivo arrecadar R$ 170 mil, valor que será direcionado à finalização dos projetos necessários para viabilizar o Polo de Saúde. A atração principal será a Orquestra Henrique Uebel, que traz um repertório especial em
homenagem ao rock gaúcho, com músicos que são referência no cenário regional.

“Nós temos profunda gratidão aos grupos que estão apoiando a ideia, aos executivos, aos prefeitos, aos vereadores, às empresas. Queremos espalhar um “vírus do bem”, que contagie nossa população, para que esse projeto possa sair do papel. Quem sabe, no ano que vem, estejamos falando já em começar essa obra”, projeta o diretor.

Vacinação e prevenção ainda são fundamentais

Enquanto o projeto avança, a orientação dos profissionais do hospital é clara: vacinar-se contra a gripe, manter os cuidados básicos de prevenção e procurar
atendimento logo nos primeiros sinais de agravamento, como febre persistente e dificuldade para respirar.

“Mesmo doenças comuns, como gripe ou resfriado, podem se tornar perigosas,
especialmente em crianças, idosos e pessoas com comorbidades. A prevenção ainda é o melhor caminho”, alerta o Dr.Fábio Cardoso.

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