Trocar as telas pelo papel e resgatar a leitura nas escolas e famílias é o objetivo do programa Leia – Ler, Entender, Interpretar e Aprender. A iniciativa, do Grupo A Hora, é lançada nesta noite, 22, no Teatro Univates, e surge como uma resposta aos impactos do analfabetismo funcional e ao uso excessivo das tecnologias.
O lançamento reúne 600 pessoas, entre secretários de educação, professores e leitores, que conheceram as ações do programa, desenvolvidas em diferentes plataformas do Grupo A Hora.
O LEIA é um movimento inédito para estimular a leitura analógica, seja em jornais, revistas, ou livros. O programa prevê ações em escolas, visitas à feiras de livros e premiações a professores que estimulam o hábito da leitura. Além de servir como ferramenta de apoio aos educadores em sala de aula. “Queremos transformar o Vale em uma referência em leitura no país”, assegura o diretor executivo do Grupo A Hora, Adair Weiss.
Ações
O projeto contempla duas edições semanais do Caderno “LEIA-ME”, com atividades e histórias para promover a leitura em família, guiadas pela personagem Nara, a capivara leitora. O material também inclui coleção com 40 figurinhas da Nara e seus amigos. Ao completar, os participantes podem trocar por uma pelúcia da personagem. A primeira edição estreia neste sábado, 24, destinado a crianças de 4 a 12 anos. O caderno circula sempre às terças e sábados.
Além disso, haverá uma ação itinerante de um livro com narrativas dos estudantes, a fim de promover o protagonismo juvenil tanto na escrita quanto na narração. O programa ainda leva o espaço do LEIA às feiras de livros promovidas pelos municípios, com contação de histórias, brincadeiras, brindes e atividades para envolver crianças e famílias.
O Grupo A Hora vai promover oficinas lúdicas e criativas de jornalismo, para estimular os estudantes à escrita e fotografia, com textos selecionados publicados no caderno e no jornal A Hora. Ainda, escolas e professores que se destacarem em projetos de leitura com o caderno “LEIA-ME” serão premiados em dinheiro.
Movimento estadual
O programa foi motivado pelo avanço dos estudos sobre os danos causados pelo uso excessivo das tecnologias e pela necessidade de um equilíbrio entre o analógico e o digital.
“O LEIA recupera um caderno voltado à educação, já que os jornais, há muito tempo, abriram mão deste tipo de suplemento para atuar no digital”, destaca o coordenador geral do projeto, Gilberto Soares.
Ele ressalta a importância da leitura em papel. “Ignoramos essa ferramenta com mais de 500 anos, ainda não totalmente explorada. Precisamos resgatá-la”, reforça Soares.
O profissional ainda destaca que resgatar a experiência da leitura analógica fortalece a cognição, o senso crítico e a capacidade sensorial do toque, cheiro e concentração. É também um estímulo à aproximação de pais e filhos.
Ferramenta de educação
Secretária de Educação de Lajeado, Adriana Vetorello afirma que o projeto chega em boa hora. “Leitura é a relação entre cérebro e linguagem, em que o leitor assume a interpretação do sentido, busca novas ideias e as confronta com outras leituras. Faz pensar, cria um novo texto com a própria narrativa e estabelece essa relação porque é um ato social”, destaca.
Adriana reforça o papel do programa no estímulo à leitura ativa. “A leitura em papel produz conexões profundas, em que você olha pra dentro. A leitura digital expõe o exterior.” Ela percebe, no meio educacional, o quanto o excesso de telas tem causado crises de ansiedade e doenças psicológicas.
Nas escolas de Lajeado, há projetos direcionados a professores e alunos, destinados a reduzir esse uso em excesso. “Temos o Conte Comigo, que instiga os pais a fazerem leituras com seus filhos, para despertar a curiosidade”.
Entre os benefícios de trocar as telas pelo papel, estão a prevenção de problemas de visão e ansiedade, a diminuição da irritabilidade e do estresse do dia a dia, o aumento da concentração e compreensão, estimula à criatividade e à imaginação, além do incentivo ao pensamento crítico e da empatia.
Atividades previstas
- Caderno “Leia-me”: duas edições semanais com atividades e histórias para as famílias;
- Livro viajante: ação itinerante de uma obra com narrativas dos estudantes;
- Premiação de projetos escolares: escolas e professores que se destacarem em projetos de leitura com o Caderno Leia-me serão premiados em dinheiro;
- Ações em feiras do livro: espaço do “Leia” nas feiras de livros promovidas pelos municípios, com contações, brincadeiras, brindes e atividades para crianças e famílias;
- Jornalismo na escola: oficina de jornalismo lúdica e criativa para estimular os estudantes à escrita e fotografia, com textos selecionados publicados no caderno “Leia-me e no Jornal A Hora.
Por que ler no papel?
- Aumenta a concentração e a compreensão;
- Estimula a criatividade e a imaginação;
- Incentiva o pensamento crítico e a empatia;
- Gera mais conexão física com a história que lemos;
- Melhora a cognição;
- Melhora o vocabulário, a escrita e a memória;
- Alivia o corpo e conecta a mente com o bem-estar;