O alistamento militar feminino no Brasil não é obrigatório, mas para duas adolescentes de Mato Leitão ele representa muito mais do que uma opção: é o primeiro passo rumo a um sonho. Marcela Eduarda da Rocha e Gabriely Eduarda da Silva, ambas com 17 anos, se inscreveram no processo voluntário com o desejo de ingressar nas Forças Armadas e seguir carreira militar.
Marcela, moradora da Vila Santo Antônio e aluna do Colégio Estadual Poncho Verde, é estagiária na Emei Vó Olga e conta que o interesse pela vida militar começou como curiosidade. “Até já pensei em ser policial militar. Pesquisei o assunto e hoje sigo várias mulheres que atuam nas Forças Armadas. A vida militar me chama muita atenção”, afirma.
Segundo ela, a decisão surpreendeu alguns, mas foi recebida com entusiasmo pela família. “As pessoas ficam surpresas com meu alistamento, mas minha família me apoia. É pra correr atrás do meu sonho”, completa.
Já Gabriely, moradora de Linha Hillesheim e colega de escola de Marcela, afirma que a paixão pelo universo militar é antiga. “É meu sonho de criança e vai dar certo. Quando eu tinha 10 anos, andava com uma farda militar. Me alistei nos primeiros dias de janeiro”, revela.
O apoio familiar também foi fundamental para Gabriely. “Fiz o alistamento ao lado da minha mãe. Estou muito confiante. O Exército já informou que a seleção será em Santa Maria. Quero muito seguir essa carreira”, reforça.
Ela também guarda a notícia como uma surpresa para os amigos. “Tirando minha família, poucas pessoas sabem desse meu desejo e agora do alistamento. Será uma surpresa para os meus amigos. Agora é aguardar a data da seleção.”
Neste ano, pela primeira vez, meninas puderam se alistar oficialmente no processo militar. Em Mato Leitão, por ser um município não-tributário, os jovens alistados são automaticamente dispensados do serviço militar obrigatório. No entanto, as adolescentes que desejarem continuar no processo devem acompanhar os comunicados do Exército e seguir as orientações.
Crescimento da participação feminina
Atualmente, cerca de 37 mil mulheres integram as Forças Armadas do Brasil, o que representa cerca de 10% do efetivo total. A maioria atua nas áreas de saúde, ensino e logística.
A expectativa é de que, com o novo modelo de alistamento, o número de mulheres nas Forças cresça gradualmente. Inicialmente, serão ofertadas 1.500 vagas, com recrutamento previsto para 2025 e início da incorporação às organizações militares da Marinha, Exército ou Aeronáutica a partir de 2026.
Fique atento ao prazo
O prazo para o Alistamento Militar 2024 termina em 30 de junho e é destinado a jovens nascidos em 2007. O procedimento pode ser feito pela internet, acessando alistamento.eb.mil.br, ou pelo aplicativo Exército Brasileiro.