Dados do Boletim Epidemiológico da 16ª Coordenadoria Regional de Saúde (CRS) revelam que idosos e crianças de até um ano concentram a maior parte dos casos graves de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG). Até o dia 19 de maio, foram 186 hospitalizações, sendo 81 entre pessoas com mais de 60 anos (44%) e 46 em bebês menores de 1 ano (25%).
No total, foram oito mortes. Dessas, seis em idosos e duas em crianças entre 1 e 4 anos. Entre os agentes causadores das infecções respiratórias graves estão o vírus sincicial respiratório (VSR), responsável por dois óbitos, além da covid-19, influenza e rinovírus. Quatro mortes foram classificadas como SRAG não especificado.
Do total de hospitalizados, 106 pacientes (57%) apresentavam pelo menos um fator de risco ou comorbidade, e 39 (21%) precisaram de leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Os dados são da plataforma SIVEP-Gripe, do Ministério da Saúde, e consideram moradores da área de abrangência da 16ª CRS, ainda que internados em hospitais fora da região ou mesmo em outros estados.
A identificação dos vírus nos casos hospitalizados aponta o VSR com maior incidência (37), seguido de rinovírus (34), covid-19 (17), influenza (12) e adenovírus (4). Os demais casos são classificados como não especificados, o que pode incluir ausência de exame ou resultado negativo para os principais vírus respiratórios.
Em comparação com o mesmo período do ano passado, quando foram registrados 228 casos hospitalares de SRAG, houve redução de 18%.
Cuidados nas escolas
A 16ª CRS reforça a importância da vacinação como principal forma de prevenir agravamentos por covid-19 e influenza. Também destaca que há medicamentos disponíveis pelo Sistema Único de Saúde (SUS) para casos confirmados dessas doenças, conforme protocolos clínicos.
Em relação às escolas, em especial de Educação Infantil, as autoridades de saúde orientam para medidas como ventilação dos ambientes, higiene frequente das mãos, uso correto de lenços descartáveis e afastamento de alunos e professores com sintomas gripais. O documento desaconselha a suspensão das aulas como medida de controle, mas recomenda que pessoas com síndrome gripal permaneçam afastadas por até sete dias ou até 24 horas após o fim da febre.
Vacinação liberada
Desde segunda-feira, a vacina contra a gripe na rede pública está disponível para todas as faixas etárias acima de seis meses. “A vacina é a única forma de prevenção dos casos graves e consequentes óbitos por Influenza, ainda mais nos extremos de faixa etária, que são crianças menores de 2 anos e idosos”, realça Juliana Demarchi.
Para receber a dose, a população adulta deve levar documento de identidade com foto. Para as crianças, basta apresentar a caderneta de vacinação.
Estoque de Tamiflu
Os órgãos de saúde da região afirmam que não falta o antiviral Tamiflu nos estoques da rede pública de atendimento. Nos hospitais, a informação é que a medicação, eficiente para controle da H1N1 é suficiente para atender a demanda.
De acordo com a 16ª CRS, a distribuição aos municípios ocorre de maneira periódica. Até dez de maio, foram mais quase 20 mil comprimidos, de diferentes dosagens. Por meio de nota, a coordenação regional afirma: “no momento não há desabastecimento, inclusive sexta-feira, recebemos mais remessas de Porto Alegre.”
Em Lajeado, a coordenadora da Vigilância Epidemiológica, Juliana Demarchi, afirma que o estoque está abastecido em todos os pontos da rede. “Temos o Tamiflu disponibilizado no Hospital Bruno Born (HBB), tanto para pacientes hospitalizados quanto no ambulatório. Também está disponível na UPA e na farmácia municipal, inclusive para quem vem com receita da rede privada”, destaca.
Boletim epidemiológico regional
- 186 hospitalizações até 19 de maio.
- 69% de idosos (60+) e bebês (até 1 ano).
- Acima de 60 anos
81 hospitalizações (44%). - Até um ano de idade
46 hospitalizações (25%)
8 mortes
6 em idosos
2 em crianças entre 1 e 4 anos
Principais vírus nas internações
- Vírus sincicial respiratório (VSR): 37 casos
- Rinovírus: 34 casos
- Covid-19: 17 casos
- Influenza: 12 casos
- Adenovírus: 4 casos
- 57% dos hospitalizados tinham comorbidades
- 21% dos pacientes precisaram de leitos de UTI