Como você começou na fotografia?
No fim do ensino médio, ainda buscava uma área profissional que realmente me despertasse interesse. Foi então que recebi um convite de amigos para integrar a equipe de um site de fotografia que cobria eventos sociais. Não tinha experiência, mas sempre tive facilidade para aprender novas habilidades e lidar com tecnologia. Aceitei o desafio e comecei acompanhando os fotógrafos em eventos, observando e absorvendo tudo.
Minha irmã, três anos mais velha, sempre foi apaixonada por fotografia. Lembro das muitas fotos que ela fazia — no trabalho como professora, nas viagens de fim de semana ou nas férias. Era cliente assídua das lojas de revelação e, entre 1995 e 2000, convivi intensamente com rolos de filmes e negativos. Foi nesse ambiente que minha paixão pela fotografia começou a tomar forma.
Você se lembra da sua primeira câmera?
Nos primeiros eventos, utilizava o equipamento da empresa, principalmente a Sony DSC-F717. Com o tempo, senti a necessidade de algo mais completo, com mais controle manual. Foi em 2006 que um amigo recém-chegado de Londres me ofereceu sua Canon Rebel XT, que eu já havia usado algumas vezes. Não pensei duas vezes e comprei.
Infelizmente, no início da carreira era comum vender um equipamento para conseguir investir no próximo. Assim, minha segunda câmera foi uma Canon Rebel XTi, e a terceira, uma Canon 7D que foi por muito tempo meu sonho de consumo e que, inclusive, ainda guardo comigo em perfeitas condições de uso. Depois dela, fui evoluindo até chegar ao modelo profissional que utilizo hoje.
Como é o seu processo criativo?
Antes de qualquer decisão estética, meu foco está em conhecer a história do cliente e respeitá-la. Saber quem é essa pessoa, seus gostos, sua personalidade e estilo de vida me ajuda a pensar em um ensaio autêntico, com identidade e significado. Cada sessão deve refletir o cliente, não apenas uma estética pronta.
Qual foi o projeto mais desafiador?
Me lembro de um momento marcante: pouco antes da apresentação da categoria pré-mirim do GAN Anita Garibaldi, em Encantado, a instrutora perguntou quem estava nervoso. Brincando com as crianças, levantei a mão também. Ela então disse: “O nervosismo faz parte. Quando você ama o que faz e busca a excelência, é natural sentir isso.” Aquilo ficou comigo.
Mas, sem dúvida, um dos maiores desafios foi assumir o papel de professor. Dei aulas para quatro turmas, totalizando mais de 40 alunos. Ensinar fotografia foi transformador não só por compartilhar conhecimento, mas por tudo o que aprendi com cada estudante. Foi um processo de troca, de crescimento mútuo.
Que conselho você daria para quem está começando na fotografia?
Muita gente acredita que ser fotógrafo depende de ter a câmera mais cara ou um estúdio completo. Mas o que realmente diferencia um bom fotógrafo é o olhar apurado, a sensibilidade e a capacidade de contar histórias com imagens. Estude, pratique, observe o mundo ao seu redor e aprenda com cada clique. Fotografia é conexão com o outro, com o momento e com você mesmo.