Os suplementos alimentares estão classificados como produtos de risco intermediário à saúde, segundo análise da Anvisa. De acordo com a agência, essa classificação se deve à possibilidade de efeitos adversos relacionados ao uso incorreto, à composição complexa ou às alegações nutricionais indevidas desses produtos.
“Cerca de 60% das famílias brasileiras têm ao menos uma pessoa que consome suplementos. É um mercado em constante ascensão, com crescimento expressivo na quantidade de produtos comercializados no Brasil”, afirma a consultora-sênior em inteligência regulatória para empresas de alimentos, Christiane Piva.
Apesar de a regulamentação existir há anos, a aplicação prática do marco regulatório foi limitada por desafios operacionais, como a falta de profissionais especializados. “Os principais problemas hoje são o uso de produtos não aprovados pela Anvisa e aqueles que fazem alegações indevidas, como cura ou tratamento de doenças, especialmente o câncer, o que não é permitido”, explica Christiane.
Ela também alerta sobre a atuação irregular de farmácias de manipulação, que muitas vezes apropriam-se da fórmula de um suplemento e começam a comercializá-lo sem seguir as exigências legais, como o receituário ou a aprovação necessária.
Christiane ainda reforça a importância da educação do consumidor: “Mesmo sabendo ler, a população não tem o conhecimento técnico para identificar se determinado extrato ou ingrediente está aprovado pela Anvisa. Por isso, é fundamental buscar informação e não se deixar enganar por falsas promessas”, conclui.