A principal atividade agrícola do estado registrou nesta safra o seu quatro menor volume de produção na década. Relatório final da Emater/RS aponta para queda de 27,4% em relação ao ano passado, quando foram colhidas 18,3 milhões de toneladas no estado. Em relação ao projetado para a temporada a queda é de 38,8%. A quebra é motivada pela estiagem e as altas temperaturas no período reprodutivo das plantas e também na fase final da colheita, quando as vagens começaram a abrir e os grãos cair nas lavouras.
A maior área de cultivo está situada na região de Bagé, com 1,1 milhão de hectares. E foram justamente nas maiores áreas produtivas do RS as principais quebras (veja imagem). Em Bagé, por exemplo, a menor produtividade por hectares: apenas 1.388 quilos. Na sequência estão Santa Rosa (1.451 kg/ha) e Santa Maria (1.586 kg/ha).
O Vale do Taquari foi uma das regiões menos impactadas e tem a terceira melhor média de produção, mas por outro lado teve a menor área plantada. De acordo com o relatório, foram 24,7 mil hectares destinados a cultura e a colheita somou 61,8 mil toneladas (2.507 kg/ha). A região com menor impacto da estiagem foi a de Caxias do Sul. Nos 257 mil hectares a média de colheita foi de 3.235 quilos.
Impactos econômicos
A quebra na safra deve impactar na economia gaúcha, tendo em vistas que a oleoginosa integra o rol de principais produtos alimentícios exportados pelo estado. Segundo dados do governo do RS, entre janeiro e agosto do ano passado, as exportações em grão somaram US$ 2,18 bilhões e o farelo um total de US$ 957,45 milhões. No ano passado, apesar das enchentes, o PIB gaúcho cresceu 4,9% em comparação a 2023. Agora, a estiagem deve frear o crescimento.
Efeitos do clima na lavoura
O plantio de soja ocorre geralmente entre novembro e dezembro. A cultura necessita de chuvas regulares nos meses subsequentes para o bom desenvolvimento. Porém, no começo deste ano o cenário foi desfavorável e diversas regiões ficaram sem chuva por mais de um mês e ainda acumularam dias consecutivos de altas temperaturas. Em muitas áreas essa condição coincidiu com o início do período reprodutivo.
No Vale do Taquari, os impactos foram mais significativos nas regiões baixas. Visualmente o crescimento vegetativo aparentava uma produtividade praticamente normal. Mas a surpresa ocorreu quando as máquinas entraram na lavoura. Quando a colheita começou verificou-se a perda, seja por falta de grãos nas vagens ou por grãos menores.
Safras na década em toneladas
• 2015: 15.700.264
• 2016: 16.209.892
• 2017: 18.744.186
• 2018: 17.538.725
• 2019: 18.498.119
• 2020: 11.307.760
• 2021: 20.420.501
• 2022: 9.341.148
• 2023: 12.970.362
• 2024: 18.258.064
• 2025: 13.252.277