Como surgiu a ideia de ingressar no mercado pet?
Como todo pequeno empreendedor, nosso negócio surgiu a partir de uma “dor” que tínhamos e da paixão pelos animais. O que antes era pensado para ser uma revenda de máquinas agrícolas se transformou na Pet House. Primeiramente, sempre tivemos cães grandes e havia dificuldade em encontrarmos locais que os atendessem bem e os deixassem como esperávamos. Decidimos fazer cursos e abrir o nosso banho e tosa, após isso, um de nossos cães precisou de adestramento pois estava tendo muitos problemas com os cães menores, ele foi, e ao retornar para casa voltou robotizado e pouco obediente sem guia, na tentativa de entender melhor esse processo fomos em busca de aperfeiçoamento e ingressamos no ramo de adestramento também.
Qual o maior desafio de empreender nessa área?
Conscientizar os tutores de que os cães possuem necessidades diferentes de nós humanos, eles precisam ser cachorros e exercitar seus instintos para serem realmente equilibrados e tranquilos.
Como são escolhidas e formuladas as atividades que são realizadas com eles?
Sempre pensamos em atividades que estimulem os instintos, para que possam expressar aqui o que não podem fazer em suas casas e apartamentos, promovendo assim o bem-estar e o gasto de energia de forma assertiva e eficaz.
No adestramento, o comportamento do dono tem influência sobre como o pet irá reagir e compreender os comandos?
Sim, aqui ensinamos a eles os comportamentos que precisam ter, mas no processo de aprendizagem comportamental, se o tutor não se comprometer com os treinos não conseguiremos ter resultados realmente consolidados, pois o cachorro entende a postura e energia de quem está no comando no dia a dia.
Como a humanização dos pets tem influenciado nesse processo?
Gostamos sempre de lembrar que sim, os cães são nossos filhos, mas não são como crianças, possuem necessidades diferentes. Quando tratamos eles como humanos causamos uma confusão, pois estamos forçando comportamentos que não são de sua natureza, ocasionando problemas como ansiedade e outras questões comportamentais que prejudicam muito a convivência entre os pets e os seres humanos.
Precisamos proporcionar a eles atividades que os aproximem de suas origens como roer, farejar, cavar, correr, o que acaba sendo difícil de fazer na rotina em casa, por isso, as creches estão se tornando essenciais em sua rotina.
O que torna essa atividade gratificante e qual o maior aprendizado que obtiveram trabalhando com animais?
O mais gratificante é ver a alegria com que os cães chegam, seja quando buscamos em casa ou quando são trazidos pelos tutores, eles amam estar conosco, amam o nosso espaço. Outro fator gratificante é quando podemos melhorar a vida deles juntamente com seus donos. Já tivemos vários casos em que estavam pensando em doar o animalzinho e depois do nosso trabalho desistiram. Ver a alegria dos tutores quando o pet melhora o comportamento também nos move diariamente. O maior aprendizado é que apesar de focarmos muito no bem-estar dos pets, o nosso trabalho é sobre famílias, sobre cuidar não só dos cães mas também daqueles que os escolheram.