Um ano após a catástrofe climática, começa a sair do papel o primeiro lote de casas definitivas financiadas com recursos públicos em Lajeado. As moradias integram o programa A Casa é Sua – Calamidades, do governo do RS, e serão construídas no bairro São Bento, em uma área de 1,3 mil metros quadrados na rua Orlando Sieben.
O município fez a preparação do terreno e agora a empresa responsável começa a execução das obras. A ordem para início dos trabalhos havia sido assinada em fevereiro, durante visita do governador Eduardo Leite ao Vale. A empresa KMB, de Gravataí, está a cargo da construção das residências.
As moradias terão 44,33 metros quadrados de área construída, sala e cozinha conjugadas, além de banheiro e dois dormitórios. Todas serão feitas com painéis de concreto pré-fabricado. O programa estadual ainda prevê mais 20 casas definitivas para Lajeado, que serão erguidas no bairro Das Nações. Os lotes já estão em processo de adequação e preparação.
Além destas casas, está em andamento também, no vizinho bairro Floresta, a construção das casas vinculadas ao projeto “Uma Casa por Dia”, idealizado pela Agência de Inovação e Desenvolvimento Local (Agil). Outras seis já haviam sido entregues.
Para Lajeado, está prevista a construção de quase 400 moradias. A maior parte delas são referentes aos programas Minha Casa, Minha Vida Faixa 1 e Calamidade. Há também projetos cadastrados junto à Defesa Civil Nacional, iniciativa privada e, ainda, a assinatura de contratos do Compra Assistida.
Demanda local
Secretária Municipal do Desenvolvimento Social, Eliana Ahlert Heberle afirma que a demanda de Lajeado é por 400 moradias. Segundo a titular da pasta, todos os cadastros encaminhados ao Governo Federal estão em análise para verificar, primeiramente, a elegibilidade das famílias no Programa Compra Assistida.
Conforme Eliana, após essa etapa, será possível mapear as demandas habitacionais e encaminhar, aos demais programas, aquelas famílias que não se enquadrem no Compra Assistida ou que tenham dificuldades na busca de imóveis pelos critérios exigidos.
“Todas as famílias cujo imóvel foi demolido ou condenado e que aguardam a execução dos projetos habitacionais estarão amparadas pelo aluguel social calamidade até a conclusão dos processos administrativos, técnicos e a entrega das novas moradias”, destaca a secretária.
Pressão em Arroio do Meio
Uma das cidades com maior demanda para novas moradias na região é Arroio do Meio. No domingo, 18, um grupo de moradores do bairro Navegantes, incomodados com a morosidade no processo, se reuniu para cobrar mais agilidade do Poder Público. Mais de 500 famílias foram afetadas pelas enchentes de 2023 e 2024.
Durante o encontro, um documento com 17 questionamentos foi entregue aos vereadores presentes e ao prefeito Sidnei Eckert. A principal preocupação dos moradores diz respeito à moradia definitiva e à destinação dos recursos anunciados para a reconstrução.
Conforme o prefeito, diversos projetos estão em tramitação. No entanto, o andamento depende de processos burocráticos, como a desapropriação de uma área no bairro Medianeira, sinalizada como local para a construção de novas casas. Outro entrave diz respeito à liberação de R$ 55 milhões referentes à enchente de setembro de 2023.
500º contrato
Dois atos relacionados ao programa Minha Casa, Minha Vida Reconstrução ocorrem na manhã de hoje, com a assinatura simbólica do 500º contrato no Vale. O primeiro, às 9h, será com beneficiários de Estrela e Cruzeiro do Sul, na sede da Cacis. Já o segundo, às 11h, será com moradores de Arroio do Meio e Roca Sales, no Clube Esportivo Navegantes. As solenidades são promovidas pela Secretaria de Apoio a Reconstrução do RS e Caixa Econômica Federal.