E o uso correto das normas cultas de nosso idioma vai de mal à pior

Opinião

Ivanor Dannebrock

Ivanor Dannebrock

Gestor Educacional e Integrante da Equipe Dale Carnegie

E o uso correto das normas cultas de nosso idioma vai de mal à pior

Vocês provavelmente já perceberam como temos problemas galopantes com o mau uso da norma culta da língua portuguesa. São falas, discursos de pessoas públicas… nas redes sociais então é gritante, de tantas asneiras que lemos, com erros absurdos de escrita que doem na alma. Normalmente tenho dificuldades em me calar diante do uso incorreto das normas verbais e escritas da língua portuguesa. Juro que tento me controlar, até porque já tive situações onde o interlocutor não gostou da correção feita. Mas o estrago que faz uma frase dita com erros grotescos de nossa língua nos meus ouvidos é tão dolorida, que muitas vezes, quando me dou conta, já estou corrigindo a pessoa.

Sei que as línguas são vivas e sempre existirão alterações, porém adotar formas de uso coloquial erradas, só porque estão sendo usadas por uma parcela da população, continuo vendo como normalização do despautério. Aberrações como: cidadões, mal caráter, imprecionante, todes, chapéis, usar o plural somente no artigo (“os mamão, as mulher, os homem, to contano nos dedo”). Ui, como dói “nozouvido”! Não vejo como uma questão de ser prolixo somente, mas de ser néscio.

Acredito que nós já perdemos a batalha contra esses erros crassos no nosso vernáculo. Há mais de uma década já dispensávamos candidatos ao cargo de professor porque não falavam e/ou escreviam corretamente. E esses profissionais foram contratados por outras instituições escolares e até passaram em concursos públicos. Então podemos esperar o quê? Sem contar que as exigências cada vez são menores, por parte dos cursos que preparam os profissionais. Explico: se aplicarmos provas dos quartos anos que nossos pais tinham que dar conta, em aritmética, geometria e geografia, atualmente grande parcela de alunos cursando cursos superiores não conseguiriam resolver. A exigência na educação formal caiu vertiginosamente, e pior que continua nesse ritmo alucinado de seguir por uma trajetória que não favorece o aprimoramento cognitivo, e ainda permanece em um estado de desenvolvimento intelectual aquém do potencial do ser humano. O correto é exigir cada vez mais, desafiar a inteligência o tempo todo para que cada um se supere. Graças a Deus ainda temos ilhas de exceções.

E essas ilhas de excelência justamente têm endereço nas instituições onde é exigido disciplina, foco, ênfase em valores como ética e responsabilidade, onde temos professores qualificados, infraestrutura adequada e um processo seletivo rigoroso que atrai alunos com alto potencial e grande dedicação aos estudos.

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