Avanço da IA no Google revoluciona marketing digital

OPINIÃO - VINI BILHAR

Avanço da IA no Google revoluciona marketing digital

Novo posicionamento força novas estratégias de conteúdo

Avanço da IA no Google revoluciona marketing digital
Foto: REUTERS/Dado Ruvic

As recentes inovações apresentadas pelo Google durante o I/O 2025 acendem um alerta no mercado de publicidade e conteúdo digital. A principal mudança, segundo especialistas, é a integração do navegador Chrome com o assistente Gemini, o que deve transformar profundamente a forma como os usuários interagem com os resultados de busca.

Em um cenário onde o Google segue como maior destino dos investimentos de marketing digital no mundo, os impactos podem ser amplos. Em 2024, a plataforma arrecadou US$ 264,5 bilhões com publicidade, alta de 11,2% em relação ao ano anterior, conforme dados da Statista. No entanto, embora as impressões em resultados de busca tenham crescido 49% no período, os cliques nesses resultados caíram 30%, segundo estudo da BrightEdge, reflexo direto da influência da inteligência artificial.

Para Diego Ivo, CEO da Conversion, o setor vive um ponto de inflexão inédito desde que o Google assumiu a liderança nas buscas. “A IA é claramente uma ameaça e vai mudar tudo. SEO não vai morrer, mas deve se adaptar. Estar visível no ChatGPT ou no Gemini também será uma tarefa do SEO”, afirma. Ele destaca o conceito de “Branding Semântico”, em que marcas se posicionam como sinônimos de soluções e funcionalidades.

Gemini ultrapassa 400 milhões

Durante a abertura do evento, Sundar Pichai, CEO do Google, revelou que o processamento mensal de tokens saltou de 9,7 trilhões para 480 trilhões em um ano. O uso do Gemini no Vertex AI aumentou 40 vezes, e o app já tem mais de 400 milhões de usuários ativos. “Estamos observando um forte crescimento e engajamento”, destacou.

Para Fabiana Baraldi, managing director da Jellyfish Brasil, a integração do Gemini ao navegador pode reduzir o tráfego orgânico, exigindo maior personalização e sinergia entre mídia e conteúdo. “O usuário pode receber a resposta direto da IA, sem clicar em links como antes”, diz. Ela acredita que o momento é de reestruturação das estratégias e de antecipação de tendências. “Será necessário adaptar o conteúdo para respostas diretas, otimizadas para IA, e entender novos formatos de visibilidade”, conclui.

 

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