A Hora lança nesta quinta-feira, 22, o Programa LEIA , um movimento inédito para resgatar o hábito da leitura física. “Projeto que o nosso grupo lança, para tornar o Vale, uma das regiões que mais lê no Brasil”, salienta o diretor grupo, Adair Weiss.
O evento, gratuito e aberto à comunidade, ocorre às 19h no Teatro da Univates e contará com a presença da médica e especialista em Neurociências, Educação e Desenvolvimento Infantil, Gabriela Crestani Pedó, referência em temas como infância, uso consciente da tecnologia e os impactos do digital. Ela abordará como o excesso das telas está afetando muito as crianças, os adultos também e as relações entre pessoas “A gente colocou demais um tempo em tela na nossa vida”.
O LEIA, sigla para Ler, Entender, Interpretar e Aprender será contínuo, colocando os estudantes no centro da leitura, impulsionando o hábito de livros, revistas, cadernos. O programa terá visitas às escolas, presença de equipe em feiras de livros e premiação de projetos de leitura. A novidade que vai ganhar o coração dos alunos será a mascote Nara, uma capivara leitora, com muitas e divertidas aventuras. “ Estamos empenhados em construir o Vale da Leitura”, enfatiza o coordenador estratégico do Programa, Gilberto Soares.

Programa terá visitas às escolas, presença de equipe em feiras de livros e premiação de projetos de leitura
Caderno LEIA-ME estreia no sábado
Como desdobramento prático do movimento, o jornal A Hora lança no sábado, 24, o Caderno LEIA-ME, voltado a crianças de 4 a 12 anos. Ele circulará duas vezes por semana com o jornal impresso e trará histórias, jogos, diários e atividades criadas especialmente para despertar o vínculo afetivo com o papel.
A nova campanha gráfica do Grupo A Hora será revelada durante o evento. Assinada pelo Estúdio Alfa, ela valoriza o texto e convoca o público à ação: ler. O diretor Sérgio Santanna destaca que a campanha foca palavra. “A campanha gráfica traz expressões que vão impactar o leitor, convidando-o a assumir o papel de agente social, para que a leitura seja parte do cotidiano”, explica ele.
Desde o início do ano, o A Hora, já vinha preparando o terreno com reportagens especiais, entrevistas com especialistas e ações de mobilização sobre a importância da leitura. O Programa LEIA é, agora, o ponto de virada de um movimento que veio para ficar.
Entrevista
Gabriela Pedó • especialista em Neurociências
“A ideia não é voltarmos às cavernas”
Qual o impacto das telas em nossas vidas?
O excesso das telas afeta muito as crianças, os adultos também, as relações entre pessoas.
A gente enquanto está na tela, está deixando de ser presença para alguém e deixando de ter a presença de alguém. A ideia não é voltarmos às cavernas, mas usar com consciência.
Como está a saúde de nossos filhos e a capacidade cognitiva deles na era da tecnologia?
Quando a gente tem uma criança na tela, a gente tem informação pronta. A gente tem casos de crianças que eram investigadas para autismo e que os pais, tiraram a tela, e em pouco tempo a criança virou outra.
Falamos capacidade cognitiva, mas temos de lembrar das capacidades socioemocionais. Porque às vezes, a criança está na tela e os pais dizem, mas ele vai bem na escola. Mas existe as capacidades afetivas, de saber a hora de falar, de saber a hora de parar, de saber ouvir, de ter empatia, isso tudo a tela não ensina.
Como fazermos com que os jovens voltem a ler livros físicos e frequentem bibliotecas?
É usar alguém que o jovem admira como ferramenta: o dindo, um primo, para dar o exemplo. E para as crianças menores é ainda mais fácil. Mas é levar, para conhecer a biblioteca. Você demonstra que também está impressionado com o lugar. Com criança, funciona o exemplo. Transformar o momento de leitura em algo leve, fazer um piquenique e levar os livros. Isso marca.