Prefeito determina abertura de sindicância para apurar documento usado em contrato

TAQUARI

Prefeito determina abertura de sindicância para apurar documento usado em contrato

André Brito destaca que as escolas municipais conveniadas com entidade investigada pela Polícia Civil funcionaram normalmente ontem

Prefeito determina abertura de sindicância para apurar documento usado em contrato
Operação foi deflagrada ontem, com mandados em seis cidades. (Crédito da imagem: Polícia Civil)

Em resposta à Operação Terceiro Setor, deflagrada pela Polícia Civil ontem, o prefeito André Brito determinou abertura de uma sindicância interna para apurar a veracidade de um atestado apresentado por uma associação. O documento, de 2017, teria sido usado para habilitar a entidade em um processo seletivo da administração municipal.

A operação investiga possíveis irregularidades na contratação da entidade, que gerencia três escolas municipais. A Polícia Civil aponta que a entidade teria apresentado um documento de capacidade técnica fraudado para vencer o processo licitatório. Desde então, firmou contratos com pelo menos oito prefeituras no Estado. Totalizam mais de R$ 34 milhões até o final de 2023.

“Assim que soube [da operação], fui à prefeitura buscar informações. Nossa principal preocupação é garantir que mais de 350 crianças não sejam prejudicadas e que tudo seja investigado com transparência e lealdade à verdade”, afirmou o prefeito, em entrevista à Rádio A Hora 102,9 na tarde de ontem.

Brito ressalta que o contrato, de cerca de R$ 250 mil por mês e com 62 funcionários vinculados, recebe três fiscalizações externas. “Todas as escolas estão abertas, com professores, alunos e transporte escolar funcionando normalmente. Convidamos, inclusive, a comunidade a visitar essas instituições.”

Lisura do processo

Brito também defendeu a lisura do processo, por parte da administração municipal, e afirma que a responsabilidade por eventuais irregularidades deve ser individualizada. A empresa é responsável por gerir as Emeis Vó Laura, São José e Nossa Senhora das Graças.

“Se houve fraude, que seja apurada e os responsáveis punidos. Mas é incorreto dizer que as escolas não estão funcionando ou que o município foi conivente com qualquer esquema. Seguimos acompanhando de perto e tomando todas as providências para garantir o serviço às famílias.”

Mandados

A ação foi coordenada pelo Departamento Estadual de Repressão aos Crimes contra a Administração Pública (Dercap). Foram cumpridos 18 mandados de busca e apreensão em Porto Alegre, Taquari, São Jerônimo, Eldorado do Sul, Gramado e Canela, com a participação de cerca de 70 policiais civis.

Em uma das residências alvo da operação, na capital, foram apreendidos R$ 69 mil em espécie. A investigação foi iniciada a partir de uma denúncia encaminhada ao Ministério Público de Taquari. Os crimes apurados incluem fraude em licitação, falsidade ideológica, uso de documento falso e associação criminosa. O Tribunal de Contas do Estado também acompanha o caso.

De acordo com o delegado Cassiano Cabral, diretor do Dercap, há indícios de que a prestação dos serviços por parte da entidade não atendeu ao interesse público e resultou em prejuízo ao município.

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