“Eu sou um amador, mas sei espalhar as palavras em cima da página”

Abre Aspas

“Eu sou um amador, mas sei espalhar as palavras em cima da página”

Morador de Lajeado, Pedro Raul Mallmann, aos 71 anos, lançou o livro “Quando as camélias florescem”, que conta sobre o cotidiano da vida no interior. Integrante do Rotary Club de Lajeado-Engenho, ele quis unir o novo hobbie a uma ação social e parte das vendas da obra será destinada à Apae. Com a vida profissional dedicada à indústria, a maior oportunidade de trabalho dele foi na Languiru, empresa em que atuou por 30 anos, e na Dália, por mais uma década. Aposentado há cerca de cinco, foi nesse período que começou a escrever, hábito que pretende cultivar pelos próximos anos

“Eu sou um amador, mas sei espalhar as palavras em cima da página”
Foto: Bibiana Faleiro

Quando você começou a escrever?

Quando eu me aposentei, em 2020. Eu disse, agora eu vou viver, não vou mais trabalhar, vou viver, e eu vou também me dedicar a uma coisa que eu deveria ter feito há muitos anos, mas nunca tive tempo de escrever. Eu sou um amador, não sou um escritor. Mas eu sei espalhar as palavras em cima da página. E isso é muito importante. A gente lançar algumas coisas para a posteridade. Eu imagino que meus descendentes, talvez eles fiquem com esse livro. Talvez os netos, os bisnetos consigam ler e dizer como eram as realidades na época.

Sobre o que fala a obra?

A história se passa no Rio Grande do Sul. É um município em algum lugar daqui. Pode ser Colinas, Teutônia, Santa Clara do Sul. Qualquer um pode se identificar. O livro conta a história de uma agricultora viúva, cujos filhos ela criou. São cinco filhos. O mais novo é excepcional. Eu coloquei esse elemento para ensinamentos. Para quem ler o livro eu penso que talvez possa ver como pessoas com deficiência podem ser incluídas na sociedade, na vida, no dia a dia. Os outros quatro filhos, cada um é um profissional que foi para o mundo depois do segundo grau. Eu escrevo a história de cada um desses filhos. Como eles conseguiram vencer, como é que eles se articularam dentro da sociedade, como se inseriram no mercado de trabalho, como eles se tornaram profissionais produtivos e importantes para o meio que eles estão. E, evidentemente, tem aquelas histórias familiares, tem alguns dramas, tem de tudo um pouco. Totalmente fictício isso. Os personagens são fictícios, mas grande parte do livro é verdade. Tem um casal que adota dois filhos. Então tem vários pontos sociais, que não são ficção, são coisas da realidade.

Por que esse nome?

Antigamente, lá no interior, em cada jardim, principalmente da colonização alemã, tinha uma camélia. Isto era sagrado. É uma planta que não precisa fazer tratamento, não precisa cuidar dela, não precisa fazer nada, porque a natureza faz com que ela se regenere. As camélias, elas todos os anos florescem, às vezes elas têm menos galhos porque secaram alguns, mas é uma planta que perdura por 100, 200, 300, 400 anos.

Como surgiu a ideia de destinar o valor da venda para a Apae?

Eu faço parte da Apae. Trabalho lá como voluntário. Quando eu parei de trabalhar, eu disse para o pessoal, não quero mais trabalho remunerado daqui para frente.

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