A chegada do frio e a baixa cobertura vacinal interferem sobre os serviços de Saúde. Em Lajeado, a Vigilância Epidemiológica alerta para a circulação de pelo menos quatro vírus respiratórios.
O maior risco está entre crianças de até dois anos e idosos. O predomínio de vírus como o Sincicial Respiratório (VSR, causador das bronquiolites) e a Influenza A (H1N1) tem sobrecarregado a rede pública, especialmente a UPA e o Hospital Bruno Born.
Só na semana passada, diz a coordenadora da Vigilância Sanitária de Lajeado, Juliana Demarchi, foram 14 internações por Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) de moradores do município. “Todos os serviços estão com demanda aumentada, especialmente a urgência e a internação pediátrica”, afirma.
Além do VSR e da Influenza, também circulam no município o Rinovírus e a covid, esta com baixa incidência nas internações. A propagação acelerada desses agentes, aliada à baixa imunização da população, intensifica a gravidade dos quadros clínicos.
Dos mais de 24,5 mil moradores que fazem parte do público-alvo da vacina contra Influenza, apenas 23,7% se imunizaram. O índice entre as crianças é o mais crítico: apenas 8,8% foram vacinadas. Entre os idosos, a taxa é de 31,5%, e entre as gestantes, 29,6%.
“O que vemos é algo que poderia ser minimizado com a vacinação. Se a população tivesse se vacinado no início da campanha, não estaríamos com tantos casos graves e internações”, aponta o médico João Paulo Weiand. Segundo ele, o VSR é um vírus agressivo, muito perigoso para recém-nascidos.
Prevenção
Apesar do aumento da circulação viral, medidas simples seguem eficazes. A Secretaria da Saúde reforça recomendações como evitar contato com pessoas gripadas, manter ambientes ventilados, higienizar as mãos com frequência e não compartilhar objetos pessoais. Para os sintomáticos, o ideal é evitar sair de casa e procurar atendimento médico se houver febre persistente, prostração ou dificuldade para respirar.
A vacinação contra a Influenza segue disponível nas unidades básicas de saúde. Crianças, idosos, gestantes e pessoas com comorbidades têm prioridade. “A vacina não elimina todos os vírus respiratórios, mas reduz drasticamente os riscos de internações e complicações graves”, reforça Juliana.
Monitoramento
Todos os casos de SRAG são de notificação obrigatória e monitorados com coleta de amostras encaminhadas ao Laboratório Central de Porto Alegre. Em instituições como creches ou asilos, casos suspeitos de surtos também passam por testagens amostrais.
Segundo a Vigilância, a tendência é de aumento dos casos de gripe nas próximas semanas, o que pode pressionar ainda mais o sistema de saúde. “Estamos orientando todos os serviços sobre os protocolos e reforçando a importância da vacinação. Essa é a melhor forma de proteger os grupos mais vulneráveis”, resume Juliana.
Número e percentual de vacinados em Lajeado
- Idosos
4.804 – 31,5% - Gestantes
287 – 29,6% - Crianças (6 meses a 6 anos)
736 – 8,8%