O que te motiva a organizar festas de música eletrônica?
O que me move é levar ao público a música em que acredito e criar experiências que vão além da pista. Ver as pessoas felizes, conectadas e descobrindo novas sonoridades em um ambiente pensado em cada detalhe é algo único. A Trama, festa que sou um dos organizadore, nasceu com esse propósito, ser um espaço onde posso expressar minha visão artística e proporcionar momentos em que a música gera conexão e emoções reais. Mais do que eventos, busco construir uma comunidade que vive e sente a cultura eletrônica com intensidade.
Qual é o papel cultural de uma festa assim em uma cidade do interior?
Vai muito além do entretenimento. A música eletrônica cria um espaço de expressão, diversidade e conexão entre as pessoas. Em cidades do interior, esses eventos cumprem um papel essencial: trazem novidades culturais, apresentam novas sonoridades e fortalecem a cena artística local. A cada edição, me dedico justamente a isso, ser um ponto de encontro para quem busca experiências musicais autênticas e significativas, com o objetivo de proporcionar experiências que toquem a alma.
A que resistências esse tipo de evento ainda precisa sobreviver?
Eventos de música eletrônica, especialmente em cidades menores, ainda enfrentam desafios como preconceito cultural, falta de apoio institucional e dificuldade de acesso a espaços adequados. Soma-se a isso a necessidade constante de educar o público sobre a importância de valorizar a cena local e reconhecer a música eletrônica como uma expressão artística legítima.
Você vê a pista de dança como um espaço político?
Sem dúvida. A pista de dança reflete a sociedade e também é um espaço de liberdade, acolhimento e resistência. É onde as pessoas se expressam sem julgamentos, celebram suas identidades e vivem a diversidade. Promover inclusão por meio da música é um ato político que mostra que todos têm seu espaço e sua voz.
Qual foi o momento mais simbólico que você já viveu em uma festa?
Um dos momentos mais simbólicos da minha trajetória foi na Trama #7, quando toquei um versus com o ID ID, que é uma das minhas grandes referências.Vivi uma resposta incrível da pista, principalmente quando toquei minhas músicas autorais. Sentir a energia do público se conectando com o que criei foi um daqueles momentos que reforçam o porquê de eu fazer tudo isso: pela emoção, pela conexão e pela celebração da música que move a gente.