Em 19 de maio terá início o trabalho de restauro da pintura interna na Igreja Matriz São João Batista do município, a estimativa é que o serviço leve quatro meses para ser concluído. Durante este período, as missas serão celebradas no salão paroquial. A obra está orçada em mais de R$ 500 mil e será conduzida pelo artista Cristiano Fabris e sua equipe, que possuem larga experiência, por diversos lugares do país no trabalho de restauro.
O alto valor será pago com recursos advindos da comunidade, além de buscar recursos junto ao poder público, leis de incentivo à cultura e empresas parceiras. Uma rifa terá como objetivo a arrecadação de valores para custear o pagamento da obra. A coordenação da paróquia planejava implementar um projeto de restauro desde março de 2024.
A pintura interna, bem como os quadros expostos no altar, foram realizados pelo artista Emílio Zanon, em 1949. No ano de 1996, houve uma restauração das pinturas da igreja conduzida pelo próprio Zanon, que precisou fazer uma recuperação da pintura que ele havia feito há 46 anos. A obra levou quatro meses para ficar pronta e, em novembro de 1996, ela foi devolvida à comunidade. “No ano que vem se completam 30 anos do último restauro, na época ele foi preciso devido a algumas camadas de tinta que acabaram por descaracterizar a igreja. A pintura interna está bastante machucada, por isso começamos a trabalhar a ideia desse projeto em 2024, mas o responsável não tinha tempo em sua agenda para se comprometer com a obra, o que adiou o seu início”, afirma o padre Silmar Possa.
Tendo presenciado o trabalho de restauro de 1996 por fazer parte da diretoria da paróquia na época, Ângelo Mezacasa, 81, conta que no período foi preciso superar vários desafios para entregar o trabalho. “Foi um tanto difícil devido ao custo que era bastante alto, o pagamento era feito em dólares. Fizemos uma campanha entre os habitantes e outras empresas que nos ajudaram a concluir a obra. Exigiu muito sacrifício, trabalho e dedicação para que ficasse nos moldes que vemos hoje, que inclusive, essa parte interna, é um trabalho que não vemos em qualquer lugar desse país”, relata.
E a reação da comunidade foi bem positiva ao ver o resultado de todo esforço. “Antes, a pintura era bem diferente, feita em tópicos, tornava a estrutura toda desigual. Quando vimos pronto, ficamos impressionados. Sem dúvida, os pintores mereceram os aplausos de toda a população”, enfatiza Mezacasa.
Primeira igreja de pedra
Em quatro de fevereiro de 1917, foi dado início à construção da primeira igreja de pedra, com 320 metros quadrados, toda de pedra basalto. Em fevereiro de 1920, chegaram à cidade três pedreiros espanhóis, Avelino Trointino, Candido Alves e Picon Manganelli, para dar continuidade à construção. E, em 10 de abril de 1927, dez anos após ter sido iniciada, é rezada a primeira missa na nova igreja
matriz.
Entretanto, alguns anos depois da conclusão da obra, as paredes da igreja começaram a se inclinar
e uma rachadura apareceu em uma delas. Em 12 de dezembro de 1934, foi feito o pedido oficial de reforma da Igreja Matriz e enviado para a Cúria. O arquiteto Ticiano Bettanin aconselhou demolir a igreja existente e usar os mesmos materiais para levantar uma nova. A igreja foi desmontada e erguida novamente, com as mesmas pedras, portas e com arquitetura semelhante.
Em 19 de março de 1936, foi colocada a pedra fundamental da atual igreja matriz de Nova Bréscia. No livro tombo da paróquia, há o registro de uma missa celebrada já em 23 de novembro de 1941, quando a parte externa já estava concluída, inclusive com os vitrais já colocados. Porém, a parte interna encontrava-se inacabada. A inauguração solene só aconteceu em 17 de fevereiro de 1952.