Fazer com que os avisos da Defesa Civil (DC) sejam mais considerados pela população. nesta tentativa de elevar a credibilidade dos processos de monitoramento, prevenção e socorro, o Estado revisa protocolos, adota programas de formação aos municípios e reformula o sistema de alertas.
Esse é o objetivo do comando estadual da DC. As formas de atingir essa meta foram apresentadas na sala de controle, na manhã de ontem em Porto Alegre. “Instituímos uma série de protocolos para acompanhamento prévio de riscos climáticos para anteciparmos ações em momentos de crise”, afirma o coordenador estadual, Luciano Boeira.
No evento, a Defesa Civil apresentou como novidade o sistema de comunicação e alerta. Conforme o chefe do Centro de Operações da Defesa Civil, Leonardo Siqueira, o Estado passa a ter mecanismos que combinam tecnologias do país e do mundo para facilitar a compreensão, padronizar a linguagem e dar mais robustez às mensagens de alerta.
Segundo ele, o novo sistema usa uma terminologia unificada, com classificação por cores e níveis de severidade. A meta é que a população entenda de pronto a gravidade do aviso e saiba como agir. “Muitas vezes, as pessoas não sabem o que fazer quando recebem um alerta. Agora, com essa padronização, pretendemos eliminar dúvidas e agilizar a tomada de decisão”, realça.
Entre as inovações está o trabalho associado com o Ministério da Integração Nacional, com o sistema Cell Broadcast. A tecnologia usa as redes 4G e 5G para emitir mensagens gratuitas e sonoras para os celulares em áreas de risco. Esses alertas travam a tela do aparelho com uma mensagem de texto e emitem um som alto, semelhante a um alarme de emergência.
“A tecnologia funciona mesmo que o celular esteja em uso. Ela emite um bip sonoro e bloqueia a tela com a informação cadastrada. Em casos de extrema gravidade, a mensagem fica travada até que a pessoa a leia”, explica Siqueira.
Como forma de manter a confiança na ferramenta, o oficial acrescenta: “é um sistema reservado para situações onde a população precisa agir imediatamente para salvar vidas. Se vermos pelas cores, será só em casos de risco vermelho ou roxo. Não depende de cadastro. Se o celular estiver naquela área, vai receber o alerta.”
Essa funcionalidade já está ativa desde dezembro do ano passado. A iniciativa é fruto de uma parceria com a Anatel, operadoras de telefonia e governos federal e estadual.
Além do Cell Broadcast, a Defesa Civil usa outros canais para enviar mensagens preventivas e de orientação. Os avisos podem ser recebidos por SMS (mensagem de texto comum), WhatsApp, Telegram, redes sociais e até mesmo por TV por assinatura, dependendo da gravidade do evento.
Protocolos em escala de cores
Alerta Amarelo – Esteja Atento
Indica risco inicial. Recomendado: verificar telhados, árvores e bueiros; fazer manutenção preventiva em calhas e ralos; conhecer o plano de contingência da cidade.
Checar histórico de alagamentos, áreas de enxurrada e deslizamentos na região.
Informar-se com a Defesa Civil municipal e comunicar problemas como bueiros entupidos.
Alerta Laranja – Esteja Preparado
Nível intermediário de risco.
Ajustar a rotina para evitar exposição; fechar bem a casa; verificar rotas de deslocamento.
Abrigar animais domésticos; evitar estacionar perto de árvores, postes ou placas.
Ter lanternas, pilhas e um kit emergencial com documentos, roupas e medicamentos.
Verificar necessidade de remoção de móveis ou retirada de moradores de áreas com histórico de inundações ou deslizamentos.
Alerta Vermelho – Tome uma Atitude
Situação crítica.
Monitorar sinais de deslizamento (rachaduras, barulhos, árvores inclinadas).
Sair imediatamente de áreas de risco e comunicar a Defesa Civil.
Não atravessar áreas alagadas ou inundadas, mesmo de carro.
Buscar abrigo seguro e seguir estritamente as orientações oficiais.
Proteger animais domésticos e não retornar a áreas evacuadas sem liberação oficial.
Alerta Roxo – Ação Imediata
Nível máximo de emergência.
Sair imediatamente de locais em risco.
Não transitar por áreas alagadas nem permanecer próximo a encostas.
Proteger idosos, pessoas com mobilidade reduzida e crianças.
Assumir postura de cuidado coletivo: ajudar vizinhos, compartilhar informações e seguir rigorosamente as orientações da Defesa Civil local.