Natural de Estrela, no Vale do Taquari, o cardeal Aloísio Lorscheider esteve a um passo de se tornar papa em 1978. No conclave que elegeu João Paulo 2º, foi justamente o brasileiro quem primeiro obteve os dois terços dos votos necessários entre os cardeais eleitores — mas recusou o cargo, alegando problemas de saúde. À época, Lorscheider tinha oito pontes de safena.
A história, pouco conhecida, ganha novo destaque com o novo conclave no Vaticano. Sete cardeais brasileiros atualmente têm direito a voto — e também podem ser escolhidos como sucessores de Francisco. O Brasil, apesar de ter a maior população católica do mundo, jamais teve um papa.
Em 1978, o gaúcho Lorscheider era um dos nomes mais respeitados da Igreja. Foi arcebispo de Fortaleza e de Aparecida, presidente da CNBB e do Conselho Episcopal Latino-americano. Tornou-se cardeal em 1976, por indicação do papa Paulo 6º.
Mesmo após recusar o posto, o religioso continuou sendo um nome forte — tanto que articulou com os demais cardeais para evitar nova votação em seu nome. O escolhido acabou sendo Karol Wojtyla, o João Paulo 2º, que permaneceu no papado por 26 anos e morreu em 2005.
Aloísio Lorscheider morreu em 23 de dezembro de 2007, em Porto Alegre, aos 83 anos, por falência múltipla dos órgãos.