O tempo passa

Opinião

Rogério Wink

Rogério Wink

O tempo passa

Um dia destes, almoçando num restaurante recém-inaugurado em Lajeado, presenciei uma conversa que ficou ecoando na minha mente. Estava na companhia de amigos empreendedores que conheciam o proprietário desde a época em que ele comandava uma pequena lanchonete. Durante a conversa, perguntaram a ele por que decidiu dar um passo tão ousado: mudar para um espaço maior, abrir um restaurante bem estruturado e apostar em uma nova cidade. Além de falar sobre o potencial do empreendimento e as oportunidades de crescimento, ele disse uma frase que chamou a atenção de todos: “até porque o tempo passa”.

Simples, direta e profunda.

O tempo passa — com medo ou com coragem, com dúvidas ou com planos, acomodados ou em movimento. E essa realidade, tão óbvia à primeira vista, muitas vezes é negligenciada no nosso dia a dia. Passamos anos planejando sem executar, sonhando sem agir, esperando as condições perfeitas que nunca chegam. E, enquanto hesitamos, o tempo não para.

A expressão usada pelo empreendedor traduz uma visão de vida e de negócios: se o tempo vai passar de qualquer forma, é melhor que ele passe enquanto nos arriscamos, aprendemos e crescemos. Ficar parado não impede a passagem dos dias, apenas impede que a gente avance junto com eles. Quem empreende sabe que cada novo projeto traz riscos, mas também traz a possibilidade de construção, de evolução e, muitas vezes, de realização pessoal e profissional.

Todo novo passo carrega incertezas. Mas também carrega oportunidades. Se errarmos, aprendemos. Se acertarmos, crescemos. De qualquer forma, ganhamos experiência e movimento. A alternativa — não fazer nada — só deixa espaço para a estagnação e, muitas vezes, para a frustração.

Quantos projetos ficam engavetados por receio do desconhecido? Quantos sonhos são adiados indefinidamente por medo de sair da zona de conforto? É preciso entender que o risco de não tentar é muitas vezes maior do que o risco de tentar e falhar. Afinal, o tempo passa. E não volta.

A fala simples daquele empreendedor carrega uma lição poderosa: ousar é necessário. E não se trata de agir com irresponsabilidade, mas de entender que a vida exige movimento. Que esperar demais pode ser tão arriscado quanto agir. Que, enquanto hesitamos, outros avançam. E que, no final das contas, é melhor ser protagonista da própria história do que espectador da passagem do tempo.

É claro que cada etapa da vida pede estratégias diferentes. Às vezes, é preciso cautela; outras vezes, ousadia. Mas o que separa quem realiza de quem apenas sonha é justamente essa disposição de agir. O empreendedor que um dia teve uma pequena lanchonete e hoje comanda um restaurante promissor entendeu que a evolução só acontece para quem aceita e age frente aos desafios , “até porque o tempo passa.”

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