Aumentar o prazo de até dez meses para que as empresas que buscaram financiamentos do Fundo Social do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) consigam atender a contrapartida do número de empregos.
Essa foi uma possibilidade apresentada pelo presidente da instituição, Aloizio Mercadante, para representantes do setor privado gaúcho, durante encontro em Porto Alegre. “Foi um encontro muito positivo. Ele ouviu nossas considerações e se mostrou aberto para ajustar os termo ”, afirma o presidente da Câmara da Indústria e Comércio da região (CIC-VT), Angelo Fontana.
Como próximos passos, as representações do setor, por meio das federações das Indústrias (Fiergs) e das associações empresariais (Federasul), preparam o relatório sobre os motivos para empreendimentos terem dificuldade em manter o nível de emprego. “Faremos um documento oficial, com os dados em termos da dificuldade em conseguir preencher a mão de obra. Isso vai ajudar na justificativa que será oficializada ao TCU (Tribunal de Contas da União).”
O presidente do BNDES esteve na capital gaúcha durante o Fórum Democrático da Assembleia Legislativa, no painel sobre financiamentos à transição ecológica. Antes da programação, Mercadante almoçou com líderes empresariais e agentes políticos.
Ao grupo, afirmou que existe uma cobrança do TCU sobre os investimentos no setor privado. “Fizemos o que foi possível para evitar que as empresas quebrassem e que faltasse emprego aos trabalhadores”, disse.
O banco destinou cerca de R$ 15 bilhões com juros reduzidos para três linhas de crédito (capital de giro, reconstrução e compra de maquinário). As empresas beneficiadas precisavam estar dentro da mancha de inundação ou comprovar ter sofrido com deslizamentos.
Pelos contratos, as companhias precisam manter o número de trabalhadores ou aumentar as contratações para ter direito às taxas que variavam entre 0,5% até próximo de 1% ao mês.
Posição da Fiergs
Em documento entregue ao presidente Mercadante, a Fiergs expressou preocupação com a exigência de manutenção ou ampliação do quadro de funcionários.
Conforme o texto assinado pelo presidente Claudio Bier, muitas empresas afetadas pelas enchentes enfrentam dificuldades involuntárias para cumprir as cláusulas, o que poderia fazer com que os bancos interrompessem as linhas de crédito ou aumentassem as taxas de juros.
A federação argumenta que a escassez de mão de obra, intensificada pela destruição de moradias e infraestrutura nas áreas atingidas, prejudica a capacidade de reposição dos quadros.