Empresários marcam reunião com presidente do BNDES

Crédito às empresas

Empresários marcam reunião com presidente do BNDES

Aloizio Mercadante recebe representantes do setor produtivo para tratar de notificações sobre nível de emprego dos contratos de financiamento pós-inundações

Empresários marcam reunião com presidente do BNDES
Presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, participa de eventos em Porto Alegre na segunda / Crédito: Divulgação
Vale do Taquari

Frente ao risco de empresas atingidas pelas inundações perderem juros reduzidos nos empréstimos autorizados pelo Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), representantes do setor produtivo aproveitam a visita do presidente da instituição, Aloizio Mercadante, para solucionar o impasse.

Pelos contratos, as companhias precisam manter o número de trabalhadores por no mínimo dez meses para manter a taxa, que varia entre 0,5% até próximo de 1% ao mês. O encontro está previsto para segunda-feira, 28, em Porto Alegre.

Conforme diagnóstico da Secretaria Nacional da Reconstrução, cerca de 30% dos contratos firmados no RS, (1.213 dos 4.086), receberam notificações por descumprimento da cláusula que exige a manutenção ou aumento do número de funcionários.

O presidente da Câmara da Indústria e Comércio do Vale (CIC-VT), Angelo Fontana, é um dos confirmados na reunião. De acordo com ele, a redução no número de funcionários em algumas empresas se deve a fatores diversos, como aumento nos pedidos de demissão, dificuldade em preencher vagas em aberto, êxodo de famílias do Vale do Taquari, déficit de habitação e programas assistenciais dos governos.

Fontana ressalta que o setor produtivo busca diálogo com o BNDES para evitar penalizações aos negócios que enfrentam dificuldades para cumprir as contrapartidas dos financiamentos. A fiscalização do cumprimento das cláusulas dos contratos é realizada pelo Tribunal de Contas da União (TCU), que comunica os operadores de crédito, especialmente o BNDES, sobre eventuais descumprimentos.

Conforme o secretário nacional da Reconstrução, Maneco Hassen, o governo federal está aberto ao diálogo e que é possível apresentar justificativas baseadas em dados concretos para evitar a perda dos benefícios concedidos às empresas.

O financiamento com juros reduzidos foi anunciado pelo presidente Lula no fim de maio do ano passado e começou a operar em 10 de julho. O aporte de R$ 15 bilhões foi feito ao Fundo Social do BNDES, com três linhas de crédito: compra de maquinário, capital de giro e reforma. Os negócios beneficiados tinham de estar dentro da mancha de inundação ou comprovar que houve deslizamentos que atingiram as áreas do empreendimento.

 

Exigência

A manutenção do quadro de funcionários em patamares iguais ou superiores aos registrados antes das calamidades é uma exigência detalhada na regulamentação do Programa BNDES Emergencial Automático.

O texto cobra que as empresas beneficiadas devem comprovar, com base em dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), que mantiveram ou ampliaram o número de vagas em relação ao período anterior ao reconhecimento oficial da calamidade pública.

O prazo para ajuste vai do quarto ao décimo mês após a contratação do financiamento. Se houver variação nesse intervalo, será considerado o período com o maior número de empregados registrados.

 

Relatório sobre os contratos

Do total de 4.086 contratos nas três linhas de financiamento do BNDES

1.213 (29,7%)

foram notificados por descumprir cláusula do número de empregos

E já poderiam ter que pagar o adicional de juros nos próximos meses

2.013 (49,3%)

 

Atenderam os requisitos de dez meses com o mesmo nível de empregabilidade

860 (21%)

Tem variação positiva e ainda estão dentro do período de vigência da norma do trabalho formal

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