Quando o corpo fala, é hora de escutar

ALTERNATIVAS À SAÚDE

Quando o corpo fala, é hora de escutar

Terapias integrativas ganham cada vez mais espaço como aliadas da medicina tradicional e ajudam a tratar o que os remédios, por vezes, não alcançam, como equilíbrio físico e emocional

Quando o corpo fala, é hora de escutar
O reiki é uma das terapias integrativas mais conhecidas, que tem função de alinhamento energético. (FOTOS: BIBIANA FALEIRO)

Unir técnicas naturais e humanizadas aos tratamentos medicinais é o objetivo das chamadas terapias integrativas. Ainda pouco conhecidas, elas incluem o toque, a energia e a saúde mental. Hoje, ganham mais espaço e buscam ser desmistificadas.

Um dos desafios da inclusão dessas terapias no dia a dia é o tempo em meio à rotina corrida, para um momento de pausa, de silêncio e autocuidado. É nesse contexto que a massoterapeuta Juliana Thomas trabalha. Com uma abordagem que vai além do alívio físico, a profissional defende a massagem como um recurso ao cuidado integral e complementar à medicina tradicional.

Juliana observa que a maioria das queixas dos clientes está relacionada à dor física, que, muitas vezes, tem raízes emocionais e mentais. “O cansaço mental, o estresse, a sobrecarga, tudo isso se manifesta no corpo.”

As técnicas utilizadas por ela são escolhidas conforme a necessidade individual de cada pessoa. Pode ser uma massagem terapêutica, voltada para aliviar dores específicas. Ou uma drenagem linfática, que ajuda a reduzir edemas e melhorar a circulação.

“É muito comum pacientes que relatam dormir melhor, ter mais disposição, menos dor”, relata. Além disso, em casos de pós-operatório, ela explica que a massagem pode acelerar a cicatrização ao favorecer a oxigenação dos tecidos, além da eliminação de toxinas.

A massagem também permite o cuidado e é essencial à prevenção

Nas energias

As terapias integrativas são muitas e podem auxiliar em diferentes momentos da vida de uma pessoa. No consultório da terapeuta Adriele Maders, da Meraki saúde integrativa, de Lajeado, entre o aroma dos óleos essenciais e o convite para um chá antes da sessão, muitos pacientes encontram um momento de pausa. “Hoje o que mais chega até mim é a ansiedade, o excesso de trabalho, a dificuldade de parar no meio da rotina”, afirma.

Segundo a profissional, sua principal ferramenta é o reiki, técnica de canalização energética. O objetivo é alinhar os chakras, desbloquear energias estagnadas e proporcionar relaxamento profundo.

Dores nas costas, nos ombros, problemas de pele ou na bexiga. Para Adriele, muitos desses sintomas são manifestações psicossomáticas. “A pele está ligada ao pulmão, que por sua vez se relaciona com a tristeza. O rim e a bexiga com o medo. Tudo isso a gente investiga junto com o paciente.”

Com esse olhar integrativo, a terapeuta busca a raiz emocional de cada problema. “Às vezes, a dor no corpo não é só física. A mente está sobrecarregada, e o corpo responde.”

Barras de Access

Outra técnica bastante procurada no espaço são as Barras de Access, que atuam diretamente em pontos energéticos da cabeça. A proposta é dissolver crenças limitantes e desbloquear a consciência.

Apesar de também ser energética, a sessão de barras é diferente do reiki: “é mais ativa, às vezes tem conversa, e pode mexer com crenças profundas. A pessoa pode sair bem mexida, mas também muito mais leve.”

“A cura vem de dentro”

Graci Mayer, terapueta integrativa

Por trás de uma dor no corpo, muitas vezes há um silêncio emocional antigo. É o que afirma a terapeuta Graci Mayer, que também atua na Meraki saúde integrativa. O trabalho dela se baseia na mentoria sistêmica, abordagem que une elementos das constelações familiares, espiritualidade e até florais para reorganizar o que está em desordem, seja no corpo, na mente ou nas relações.

“Hoje, vejo que as pessoas buscam entender mais profundamente por que os sintomas aparecem. Muitas vezes, há padrões familiares por trás, traumas da infância ou situações mal resolvidas no trabalho e nos relacionamentos”, explica.

Graci relata que muitos dos sintomas que chegam até ela são resultados de uma somatização, quando o corpo acumula o que a mente não processa. A escuta terapêutica, nesses casos, é essencial para identificar a origem de cada questão. “Quando a pessoa reconhece que está carregando uma dor que nem é dela, muitas vezes herdada da mãe ou da avó, essa consciência, por si só, já pode aliviar o sintoma.”

Um dos recursos utilizados por Graci é a auriculoterapia, técnica baseada na ideia de que o corpo inteiro está refletido na orelha, como um mapa. Ao observar pontos de coloração alterada, avermelhados, esbranquiçados, ela identifica desequilíbrios e aplica cristais ou agulhas em pontos específicos.

“Cada vez que aplico um estímulo na orelha, o cérebro recebe essa informação e começa a ajustar aquilo que está em desordem. Pode ser falta de energia, ansiedade ou até efeitos colaterais de um tratamento”, afirma.

Outra técnica é a constelação familiar

Já a constelação familiar, segundo ela, ainda é muito procurada por quem deseja respostas imediatas para questões específicas. Porém, alerta que o verdadeiro movimento de transformação ocorre quando o paciente muda a postura interna.

Graci destaca que vivemos em uma cultura que valoriza excessivamente a produtividade, e que parar para cuidar de si ainda é visto como luxo. “As pessoas trabalham tanto que se sentem culpadas por parar. Mas é justamente quando se permitem esse cuidado que elas começam a perceber mudanças profundas.”

Dor como sinal

Graziela dos Santos também atua com terapias integrativas dentro da clínica Avalon, de Lajeado. Ela percebe que esse olhar integral tem ganhado força, inclusive, entre pacientes oncológicos.
“As terapias integrativas não substituem a medicina tradicional, mas complementam. Em casos de câncer, por exemplo, elas ajudam o paciente a atravessar a quimioterapia com mais energia, alívio emocional e fortalecimento mental.”

Na clínica, uma das inovações é a chamada “câmara de energização”, que combina cinco terapias reconhecidas pelo SUS: cromoterapia, geoterapia, bioenergia, musicoterapia e ametistação. Automatizadas por meio de frequências vibracionais, elas atuam no campo energético do paciente.

O diferencial, segundo a terapeuta, está na forma como a energia atua. “Ela é inteligente. Vai direto onde mais precisa, na raiz do problema, antes mesmo que ele se manifeste no físico.” Graziela explica que, mesmo pessoas sem sintomas podem se beneficiar, como forma de prevenção.

Ela destaca, ainda, que o cenário das terapias integrativas vem se profissionalizando. “Antes, era tudo muito informal, até um tabu. Hoje, temos profissionais formados, com protocolos, normas e responsabilidade técnica”, destaca.

Confira o programa Saúde em Dia

 

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