“O que seria da música sem o público? Seria algo belo, mas vazio”

ABRE ASPAS

“O que seria da música sem o público? Seria algo belo, mas vazio”

Regente de corais há mais de 25 anos, Martin Altevogt, 48, é natural de Mondaí/SC, mas vive em Teutônia desde 2004. No Vale do Taquari, o professor ajudou a expandir e fortalecer a cultura do canto coral e hoje está à frente de nove grupos diferentes

“O que seria da música sem o público? Seria algo belo, mas vazio”

Sempre gostou de música?

Sou filho de pastor da Igreja Luterana (IECLB) e desde a infância vi a minha mãe reger corais dentro das comunidades onde o meu pai atuava. Assim, o contato com a música foi algo natural: aprendi instrumentos em casa e, aos 9 anos, já tocava o harmônio nos cultos. Nasci num ambiente onde a música era interação. O que seria da música sem o público? O que seria da arte se ela não tocasse o coração e as memórias das pessoas? Seria algo belo, mas vazio.

Quando decidiu se dedicar ao canto coral?

Aos 18 anos, fui estudar Teologia e comecei um curso técnico de Música Sacra. Foi neste período que aprendi a tocar piano, passei a reger corais profissionalmente e a viver a música de uma forma muito mais intensa. Essa experiência foi balizadora para a decisão de prestar vestibular no Bacharelado em Regência Coral, na Ufrgs, em 1997. Hoje tenho pós-graduação na área.

Por quais corais já passou?

Foram muitos, inclusive, fundei alguns, como o Coral da Certel e o Vocal Languiru. Moro em Teutônia desde 2004 e ajudei na formulação do projeto que pleiteava, junto ao Congresso Nacional, o título de Capital Nacional do Canto Coral para Teutônia, conquistado em dezembro de 2017. Hoje, sou regente em nove corais: os municipais de Arroio do Meio, Teutônia e Salvador do Sul, além do Coral Anos Dourados de Teutônia, do Grupo Vocal Univates e Coral da IECLB de Lajeado, do Grupo Vocal Tramavoz de Carlos Barbosa e dos coros feminino Elo de Vozes e masculino de Bom Princípio.

Você também é professor, certo?

Estou sempre buscando alternativas para a melhoria do canto coral. Já ministrei vários cursos nessa área e sempre levei corais para as escolas, com os Concertos Didáticos. Desde 2017, sou responsável técnico do Projeto Encantando Gerações, destinado para coralistas e estudantes de Teutônia. O projeto integra as gerações através de oficinas e apresentações.

Para você, o que o canto coral significa?

Sempre tive a intenção de desmistificar a arte do canto coral e dar mais visibilidade para ela. A ideia é mostrar que canto coral é música de qualidade, é legado cultural dos antepassados e, porque não dizer, um espaço de motivação, inclusão social e integração, é felicidade para quem pratica e para quem aprecia.

Qual o próximo espetáculo?

O Grupo Vocal Univates realiza seu IV Festival de Coros Universitários no dia 31 de maio, a partir das 19h. Estarão presentes grupos da UCS, Pucrs, Feevale, Unisc e Unijuí. O evento ocorre no Teatro Univates e é aberto à comunidade, estão todos convidados!

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