Competitividade X Politicagem

Opinião

Rodrigo Martini

Rodrigo Martini

Jornalista

Coluna aborda os bastidores da política regional e discussão de temas polêmicos

Competitividade X Politicagem

O Vale do Taquari vive um grande dilema. Lutar de forma regional, madura e técnica pela melhoria da nossa competitividade frente aos avanços logísticos e estruturais de outras regiões e estados, ou cair no conto do vigário de quem vive de politicagem. É duro afirmar isso, pois tem muito agente público e privado bem-intencionado e contrário ao modelo de concessão das rodovias do Bloco 2. Há quem é contra e de fato quer ajudar o Vale a se desenvolver, mas talvez não tenha feito uma análise mais sensível. Ou não tenha conversado com líderes regionais que, faz mais de quatro anos, debatem com muito profissionalismo e tecnicidade o melhor modelo de pedágio ao Vale. E ainda há tempo para tal. Mas o problema maior está em quem embarcou nessa trincheira para ganhar votos, satisfazer os barulhentos movimentos, e arrecadar likes e seguidores nas redes sociais. Eles querem cancelar a concessão e, sem um plano B exequível, condenar o Vale ao ostracismo. É temerário. Na sexta-feira pela manhã, durante o Fórum da Competitividade, em Lajeado, o recado compartilhado por uma respeitável banca de palestrantes com a força produtiva regional foi claro: a infraestrutura é o principal pilar para definir o ranking de competitividade nacional.

Há ciência por detrás dos índices, inclusive. E o Rio Grande do Sul, que já não ostenta uma posição agradável, não vai alcançar – ou tampouco acompanhar – os primeiros colocados se persistir com estradas da década de 70. É duro, mas é um fato: a ampliação da malha viária gaúcha não ocorrerá com um toque de mágica de um Estado quebrado. E se a única proposta de quem é contra os pedágios é simplesmente confiar as nossas rodovias ao Estado – ou à EGR –, eu temo pela perda de vidas, de novos investimentos e de esperança em um Vale já tão machucado pelas tragédias climáticas. Eis o dilema.

“Que nojo”, reclama o contribuinte

O recolhimento de lixo em Lajeado precisa ser normalizado nas próximas horas. Uma administração pública com orçamento anual acima de meio bilhão de reais não pode se dar ao luxo de receber esse tipo de feedback do pagador de impostos. O cidadão lajeadense não pode ficar com nojo de sair e entrar de casa, ou de caminhar pelas ruas do bairro e, até mesmo, de áreas mais centrais. Isso é inadmissível. Um erro com origem no passado recente e cuja missão de estagná-lo é da atual gestão municipal. E precisa ser rápido. Para isso, o governo pretende assinar nas próximas horas um contrato de R$ 95 mil com a engenheira ambiental Gabriela Ottmann, que já atuou como Diretora da Secretaria de Meio Ambiente de Santa Cruz do Sul, e também possui experiência nas administrações municipais de Glorinha, Cachoeirinha e Canoas. Ela será responsável pelo estudo do melhor modelo de recolhimento de lixo e coleta seletiva para Lajeado. É um contrato de 60 dias e que vai balizar, também, os termos e planilhas da necessária – e atrasada – licitação. Aguardemos!

Hidrelétrica de R$ 400 milhões

O maio investimento da história Cooperativa Certel avança na divisa entre Cruzeiro do Sul e Bom Retiro do Sul. A hidrelétrica junto à eclusa do Rio Taquari está devidamente licenciada e as análises de solo, de geração de energia e outras já iniciaram. E, ao passo em que a construção da estrutura em si se aproxima, também aumentam os custos do empreendimento. Anunciada em agosto de 2022, a hidrelétrica estava orçada inicialmente em R$ 250 milhões. E hoje está em R$ 400 milhões.

“Todas as casas até o fim de 2027”. É duro, mas é compreensível

Responsável pela Casa do Governo Federal no RS, Maneco Hassen (PT) não titubeou ao ser questionado sobre o prazo para entrega das mais de 20 mil residências que serão entregues às famílias atingidas pelas enchentes. Segundo ele, e mesmo diante das inúmeras e já divulgadas dificuldades burocráticas, a União quer finalizar essa importante etapa de remobilização do nosso Estado até o fim de 2027. Ou seja, em dois anos e meio, praticamente. É um recado duro para quem perdeu tudo. Mas é compreensível diante da magnitude do problema, e da quantidade de imbróglios técnicos, jurídicos e administrativos envolvidos na construção de casas e de novos loteamentos – ou de novos bairros inteiros. Aliás, tomara que consigam, de fato, entregar tudo até o fim de 2027…

Aos idosos da Amat

Associação dos Municípios do Alto Taquari realizou um interessante movimento em prol da chamada “melhor idade”. A 1ª Conferência Regional da Pessoa Idosa contou com um expressivo público na tarde da quinta-feira, no Auditório do Sicredi, em Encantado. E o tema “O Brasil envelheceu: é tempo de fortalecer as políticas públicas” não poderia ser mais contemporâneo.

Tiro curto

  • Na sexta-feira, antes do início do Fórum da Competitividade, a prefeita de Lajeado, Glaucia Schumacher, e o diretor de relações institucionais da Corsan/Aegea, Fabiano Dalazzen, conversaram por algum tempo em particular. Na pauta, claro, o contrato – e o aditivo – entre município e concessionária.
  • Questionado sobre a federação nacional entre o novo partido, o União Brasil, e o antigo partido, o PP, o secretário estadual e pré-candidato a deputado federal Marcelo Caumo evita polêmicas. Segundo ele, o entendimento é que pessoas são mais importantes do que os partidos. E eu até concordo. Mas a política não é tão simples assim…
  • O PT de Lajeado deverá mesmo ser presidido pela jovem Luiza Bassegio, que concorreu a vereadora em 2024. Já o MDB lajeadense deve passar ao comando do ex-vereador Carlos Ranzi.
  • O ruído jurídico entre promotor e juiz eleitoral de Lajeado acerca da Cota de Gênero do partido Podemos tem sido muito comentado nos bastidores da política local. E as teses de ataque e defesa dos partidos envolvidos, também. E ao que tudo indica, ainda tem muita água pra rolar…
  • Eu volto a perguntar: o que será feito com o antigo e abandonado prédio da Delegacia Regional de Polícia Civil, no centro de Lajeado? Afinal, o abandono gera insegurança à vizinhança.
  • Prefeito de Encantado, Jonas Calvi (PSDB) contratou um experiente assessor de comunicação de Porto Alegre para tratar da imagem do governo.

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