Com a substituição do transporte ferroviário pelo hidroviário, as empresas passaram a gastar até três vezes mais com logística. Sem condições de arcar com os custos elevados, muitas retomaram a carga e descarga de suprimentos por meio do transporte rodoviário.
“São cerca de 12 mil caminhões a mais por ano nas rodovias, em razão da ausência das ferrovias. Isso aumenta o custo do combustível, eleva a emissão de carbono e compromete a segurança no trânsito. O prejuízo macroeconômico é bastante significativo, sem contar os atrasos gerados”, afirma o vice-governador Gabriel Souza (MDB).
Ele lembra que, mesmo antes das cheias, a situação das ferrovias já era crítica, com apenas 40% da estrutura funcionando. “Hoje, dos 3,3 mil quilômetros de malha ferroviária, apenas 900 quilômetros estão operacionais. O Estado perdeu a integração ferroviária com o restante do país, algo inédito”, alerta.
Souza também critica a concessionária Rumo Logística, responsável pela operação das ferrovias no Estado. Segundo ele, a empresa subestima a demanda de cargas no Rio Grande do Sul para justificar a falta de investimentos.
“Nosso estado é o terceiro maior produtor de grãos do Brasil, e a Rumo alega que nossa demanda é de apenas 3% das toneladas transportadas por ano, quando na verdade isso é cerca de 10%. A baixa demanda alegada por eles é consequência da falta de estrutura. A Rumo demonstra não ter interesse em investir no Rio Grande do Sul. Acreditamos que o foco principal da empresa é o Paraná e em São Paulo por causa do grandes grupos econômicos”, dispara.