Acidente reabre debate de sinalização e mão única em vias laterais da BR-386

MARQUES DE SOUZA

Acidente reabre debate de sinalização e mão única em vias laterais da BR-386

Motociclista ficou ferido em colisão em trecho de difícil visibilidade; Prefeito cobra providências da CCR

Acidente reabre debate de sinalização e mão única em vias laterais da BR-386
Para acessar o Bairro Centro, motoristas devem passar pela ponte seca, como o caso do motociclista. (Crédito da imagem: Zique Neitzke)
Marques de Souza

Um acidente envolvendo uma motocicleta e um carro no início de abril reacendeu a discussão sobre a falta de sinalização e a indefinição quanto ao sentido das vias laterais da BR-386, em Marques de Souza. O local da colisão, um trecho de acesso à cidade, é considerado crítico por moradores e autoridades municipais devido à má conservação, sinalização ausente e disputas de responsabilidade com a concessionária CCR ViaSul.

Segundo relatos, o motociclista Alexsandro Silva trafegava no sentido interior-capital pela via lateral Norte da rodovia quando foi surpreendido por um veículo que atravessava a pista para tentar acessar o sentido oposto, em direção a Marques de Souza. O ponto onde ocorreu o acidente é mal sinalizado e tem baixa visibilidade, aumentando o risco de colisões.

Em nota oficial, a CCR ViaSul informou que o trecho onde o acidente aconteceu é de sentido único e que os motoristas devem seguir o mesmo fluxo da rodovia principal. “Estamos em fase de avaliação e mapeamento do local para adequação às normas técnicas vigentes. Após isso, iniciaremos a implantação de melhorias. Reforçamos que o tráfego nas vias laterais deve seguir o mesmo sentido da BR-386: a via lateral Norte acompanha o fluxo sentido interior, enquanto o lado oposto segue em direção à capital”, afirma a concessionária.

A concessionária também explicou que motoristas que descem pela Rua Arnaldo Sbaraini e desejam acessar a BR-386 no sentido capital devem dobrar à direita na Rua Alzira Lammel e fazer o retorno nas proximidades do Camping do Stackão. É proibido cruzar a ponte seca e virar à esquerda — manobra que, segundo a CCR, está entre os fatores que contribuem para acidentes no trecho.

Apesar das orientações, a sinalização no local é inexistente, conforme informa o prefeito de Marques de Souza, Fábio Mertz. “A CCR arrancou as placas de sentido único que havíamos instalado no entorno entre as pontes. A alegação era de que estavam dentro da faixa de domínio deles. Inclusive, quando tentamos tapar buracos com nossas máquinas, fomos notificados e houve confusão. Quiseram até levar nossas máquinas”, relata o gestor.

O prefeito afirma que o município solicitou diversas vezes a construção de uma via lateral alternativa, em melhores condições. “No início, eles criaram uma rua precária, e até hoje não definiram oficialmente o sentido de circulação. Já pedimos placas, colocação de galerias, remoção de curvas desnecessárias… mas nada foi feito. Eles dizem que têm o domínio da área, mas não agem para melhorar”, critica.

Mertz ressalta que o trecho onde ocorreu o acidente é considerado um ponto cego. “Os motoristas vêm de tudo que é lado. Ali embaixo é um ponto nervoso, perigoso. Já solicitamos que o trecho entre as pontes fosse transformado oficialmente em via de mão única, para dar mais segurança. Mas a CCR nunca se posicionou a favor e retirou as placas que havíamos colocado.”

Segundo o prefeito, a concessionária passou a despejar restos de asfalto no trecho como medida paliativa para tapar buracos. “Funciona até certo ponto, mas não resolve o problema. Em maio teremos novas reuniões com a CCR para tentar encontrar uma solução definitiva. As brigas são muitas, mas não vamos desistir”, conclui Mertz.

Enquanto não há definição clara sobre o tráfego e melhorias estruturais, a insegurança continua afetando quem transita pelas vias laterais da BR-386 em Marques de Souza. O recente acidente apenas expôs, mais uma vez, os riscos aos quais motoristas e pedestres estão expostos diariamente.

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