“Vejo o rio como um recomeço. Faço parte dele”

ABRE ASPAS

“Vejo o rio como um recomeço. Faço parte dele”

Praticante assíduo de Stand Up Paddle (SUP), Cássio Jonas Breitenbach é um apaixonado pelo Rio Taquari. Entre remadas e ações ambientais, ele dedica parte do seu tempo à valorização das belezas naturais da região e à conscientização sobre a importância da preservação dos rios. Integrante ativo do grupo Manos da Pesca, afirma que sua relação com a natureza uniu o esporte e sustentabilidade

“Vejo o rio como um recomeço. Faço parte dele”
Foto: Cássio Up / divulgação

Se você pudesse definir o Rio Taquari, como o descreveria?
Recomeço. Para mim, o rio representa um recomeço, uma nova vida. Depois que passei a viver o rio, comecei a enxergar tudo com outros olhos, com outros sentidos. Passei a valorizar mais o meu tempo, a minha qualidade de vida. Comecei a fazer parte da natureza, a vivê-la. Passei a usá-la em meu benefício.

Qual o trecho do Rio Taquari que você considera mais bonito?
O ponto mais especial para mim é o Paredão de Carneiros. O local tem uma paisagem única: um paredão com cerca de 20 metros de altura, onde alguns praticam escalada, e que já foi palco de rapel anos atrás. Há uma base que chega a ter três metros de largura em alguns pontos — é ali que paramos para descansar, tomar café da manhã e curtir o nascer do sol. Em frente, está uma das curvas mais profundas do Rio Taquari, com até 36 metros de profundidade.

Como foi o seu primeiro contato com o SUP?
Meu primeiro contato foi em 2018, no Rio Taquari, durante um evento de caiaques da AECA. Pedi ao professor João Oliveira, o Chiquinho, para experimentar uma daquelas pranchas. Foi como caminhar sobre a água, uma experiência fantástica! Saí de lá querendo saber mais sobre o esporte. Marquei algumas aulas e me apaixonei.

O que mais te encanta na prática do SUP?
Tudo me encanta! Além de trabalhar o equilíbrio, a força, a coordenação, o SUP proporciona um contato único com a natureza. É uma forma diferente de conexão, que transforma a prática em uma verdadeira terapia para o corpo e para a mente.

E o que isso proporciona, na prática?
O SUP te permite ver tudo refletido na água como em um espelho — com mais brilho, com mais vida. Em dias bonitos, parece que estamos remando no céu, com as nuvens refletidas na superfície. Já remamos em dias de neblina, quando não se enxerga o que está à frente, como se estivéssemos em um mundo sem fim. Me sinto privilegiado em poder remar e observar capivaras, lontras, peixes e aves que, fora do rio, raramente são vistas com tanta facilidade.

Como começou sua relação com o grupo Manos da Pesca?
O JP, por meio de conhecidos do grupo de caiaques, entrou em contato comigo para que nós, do SUP, participássemos de uma descida realizada no ano passado, de Roca Sales até Lajeado. Durante o trajeto, aconteceram ações de plantio de mudas de árvores. Não participamos do percurso inteiro, mas esperamos o grupo no SUP Club de Lajeado, onde plantamos oito mudas. Depois, seguimos juntos até o Porto dos Bruder. Abraçamos a causa e passamos a fazer parte do projeto “Reme Essa Ideia”, que teve sua segunda edição no mês passado.

Quais os maiores aprendizados dessas experiências?
Essas atividades trouxeram muitos ensinamentos. A importância de cada árvore plantada, de cada resíduo recolhido. Precisamos levar as crianças para a água, para que vivenciem o rio desde pequenas, para que vejam a importância do Taquari e de suas margens. Elas são o nosso futuro — e o futuro do rio depende delas.

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