Após um estudo realizado pelo vice-reitor da Unisinos e integrante do comitê científico do Plano Rio Grande, Artur Eugênio Jacobus, apontar falhas em quase 30% das estações do Inmet, além de evidenciar que as estações hidrológicas e meteorológicas estão sucateadas e apresentam vácuos no funcionamento, o governador Eduardo Leite (PSDB) destacou que o Estado tem se preparado com o melhor que a engenharia pode oferecer.
Leia também: Um ano após cheias, confira o que Leite disse sobre habitação
Além do radar meteorológico instalado em Porto Alegre, que monitora uma área de 150 quilômetros de raio a partir da capital, outros três radares serão implantados em diferentes regiões. O equipamento, que utiliza ondas eletromagnéticas para identificar e monitorar precipitação, movimentação e tipo de fenômenos meteorológicos, também fornece informações detalhadas sobre a intensidade e o deslocamento de eventos como tempestades e enchentes.
Leite ressalta que a implantação de várias estações hidrometeorológicas está em andamento, mas alerta que esses dados, isoladamente, não são suficientes. “Essas informações precisam ser cruzadas com a batimetria dos rios e o levantamento topográfico das regiões”, explica.
“A batimetria mostra as condições do leito dos rios, permitindo entender o comportamento da água. Já o levantamento topográfico indica como a água que sobe com o nível dos rios vai se comportar nos terrenos. O cruzamento dessas informações vai permitir que futuros alertas sejam mais precisos e seguros”, afirma o governador. “Antes, não tínhamos clareza sobre o comportamento das águas. Precisamos avançar nessa direção.”
Segundo Leite, a estrutura necessária para essa precisão inclui o radar, as estações hidrometeorológicas, a batimetria, o levantamento topográfico e, por fim, um estudo de modelagem hidrodinâmica. “A partir dessas informações, conseguiremos prever como as águas se comportarão de acordo com a quantidade de chuva no Taquari-Antas, por exemplo, como ela vai se espalhar no relevo e em quantas horas os níveis dos rios devem subir. Isso permitirá alertas muito mais precisos para a população”, conclui.