Prevenção e incentivo à vacinação foram temas do 18º Congresso Brasileiro de Pneumologia Pediátrica, que ocorreu entre os dias 10 e 12 de abril, em Porto Alegre. Profissionais de saúde do Vale participaram do encontro e trouxeram à região qualificação, em especial, sobre doenças respiratórias.
O evento foi promovido pela Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), em parceria com a Sociedade de Pediatria do Rio Grande do Sul (SPRS), com o objetivo de debater os avanços no tratamento e prevenção de doenças respiratórias em crianças.
Médico pediatra de Lajeado, João Paulo Weiand participou do congresso e afirma que um dos assuntos debatidos foi a prevenção das doenças respiratórias por meio da vacinação.
“A principal ferramenta contra infecções respiratórias graves continua sendo a prevenção. E nós percebemos uma baixa adesão às vacinas, principalmente depois da pandemia”, alerta.
Weiand destaca o retorno de diversas doenças decorrentes da baixa cobertura vacinal e reforça também a importância da imunização da mãe, mesmo antes do bebê nascer. O profissional cita como exemplo a bronquiolite, que tem avançado com vacinas para gestantes e bebês.
“A ideia é que a mãe vacinada transfira os anticorpos ao bebê, protegendo-o nos primeiros meses de vida, quando ele está mais vulnerável”, explica.
Outro destaque do congresso, segundo o médico, foi o uso inadequado de medicamentos, em especial, os que contém corticoide e que podem ser prejudiciais à saúde quando tomados com frequência ou sem necessidade.
Ela ainda aponta que o uso de antibióticos e corticoides de forma conjunta é comum, mas afirma que muitas vezes não é o indicado. “A tosse, por exemplo, é um sintoma, não uma doença. Nem toda tosse deve ser tratada com medicação”, reforça. “É mais a ansiedade dos pais do que o desconforto da criança que leva ao uso excessivo de remédios”. alerta.
Cigarro eletrônico
A pediatra Esteice Thomas também participou do congresso e destaca os desafios enfrentados na prática clínica. Além da preocupação com a baixa cobertura vacinal e da conscientização sobre o uso de medicamentos, a profissional ainda cita outro alerta relacionado ao crescente uso de cigarros eletrônicos por crianças e adolescentes.
“Estamos diante de uma epidemia silenciosa. O aumento do consumo em jovens chegou a 1800%”. A profissional afirma que os malefícios do cigarro eletrônico incluem problemas pulmonares sérios, falta de ar, tosse e até mesmo febre.
Principais doenças respiratórias na infância
- Bronquiolite
- Asma infantil
- Pneumonia
- Resfriado comum
- Gripe (Influenza)
- Rinite alérgica
- Tosse crônica ou persistente