Câmara inicia debate sobre cotas raciais em concursos

LAJEADO

Câmara inicia debate sobre cotas raciais em concursos

Vereadores analisam aspectos legais nas quatro comissões permanentes antes de avaliar mérito nas sessões

Câmara inicia debate sobre cotas raciais em concursos
Foto: Henrique Pedersini
Lajeado

Uma semana após ser protocolado, o projeto que sugere cotas raciais em concursos públicos de Lajeado inicia sua tramitação no Legislativo nesta terça-feira, 21. Inicialmente os aspectos legais do texto serão analisados dentro das quatro comissões permanentes. O espaço para posicionamento de cada vereador ocorre somente nas sessões, depois da matéria ser liberada para o debate no plenário.

A criação das cotas nos certames públicos não deve ser apreciada em curto espaço de tempo, pelo indicativo de bastidores a partir da sensibilidade do projeto e divisão da opinião pública. Conforme o rito tradicional, o mais provável é que o primeiro passo seja a solicitação de um parecer da assessoria jurídica da câmara e posteriormente ocorra o posicionamento individual dos vereadores, com possíveis modificações parciais via emendas, aprovação ou reprovação da proposta.

Em debate sobre o tema no programa Conexão Regional da Rádio A Hora, a autora do projeto, Rosane Cardoso (PT) demonstrou surpresa com as críticas para a proposta por parte da população. “Não é um favor, representa uma conquista. Se queremos uma região plena, precisamos olhar para este assunto, a visibilidade racial”, especifica. A vereadora também lamentou que as gestões municipais anteriores não avaliaram a reserva de vagas nos editais de concurso público anteriores.

Rosane reconhece os desafios enfrentados no passado por imigrantes alemães e italianos, por exemplo, que ocuparam a região. Porém, a professora e única representante da bancada do PT na casa analisa um desafio bem mais amplo aos negros, pardos e indígena. “É muito diferente de ser escravizado por 300 anos. As cotas é uma reparação. Quem quiser se dar conta perceberá. Basta ver o número pequeno de pessoas negras com espaço no comércio, escritórios e outros locais”, argumenta.

A proposta em itens

– Garantia de 20% das vagas ofertadas em concursos promovidos no âmbito da gestão pública municipal.

– Obrigatoriedade a partir dos certames a partir de três vagas independentemente da área.

– Poderá concorrer às vagas reservadas a candidatos pretos, pardos ou indígenas aqueles que se autodeclararem pretos, pardos ou indígenas no ato da inscrição no concurso público, conforme o quesito raça/cor utilizado pelo IBGE.
– Na hipótese de constatação de declaração falsa, o candidato será eliminado do concurso e, se houver sido nomeado, ficará sujeito à anulação da sua admissão ao serviço ou emprego público.

– A administração pública municipal deverá providenciar Comissão de Heteroidentificação para verificação da veracidade do autodeclaração racial, para fins desta Lei, observados os seguintes procedimentos.

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