Depósito não vende

Opinião

Rogério Wink

Rogério Wink

Depósito não vende

Recentemente, em uma visita como cliente a um grande estabelecimento varejista de autoatendimento, tive a oportunidade de conversar com o gestor sobre um dos maiores desafios do setor: a integração eficiente da cadeia logística. O processo que envolve a análise de estoque, negociação com fornecedores, armazenamento no depósito e reposição na loja, isso tudo precisa funcionar como um relógio suíço para garantir que os produtos estejam disponíveis no momento certo e na quantidade adequada para o consumidor.

Durante nossa conversa, ele utilizou uma expressão que resume bem essa dinâmica: “depósito não vende”. Em outras palavras, a mercadoria precisa sair do estoque e chegar à prateleira para que a venda aconteça. Não basta comprar os produtos certos; é essencial garantir uma reposição rápida e eficiente para atender o cliente no momento exato em que ele busca pelo item. Caso contrário, a experiência do consumidor é comprometida, podendo resultar na perda da venda para a concorrência.

O consumidor atual está cada vez mais exigente e impaciente, e um dos fatores críticos para sua satisfação é o tempo. Ele deseja encontrar o que procura sem dificuldades ou espera. Isso impõe um desafio constante ao varejo, especialmente para empresas de grande volume, que lidam com milhares de itens e precisam de um fluxo operacional impecável. A gestão logística vai muito além da armazenagem; envolve planejamento, tecnologia, pessoas capacitadas e um layout bem estruturado para otimizar o deslocamento das mercadorias.

A pandemia deixou ainda mais evidente como a logística é um dos principais diferenciais para o sucesso de um negócio. Empresas que conseguiram manter um abastecimento eficiente se destacaram e conquistaram a fidelidade dos clientes. No Brasil, esse desafio é ainda maior, devido às dificuldades de infraestrutura, distâncias continentais e escassez de mão de obra qualificada. Dessa forma, quem conseguir dominar essa engrenagem e garantir um fluxo ágil e eficiente se diferenciará no mercado. As novas tecnologias disponíveis estão se tornando um apoio ultra necessário mas sem pessoas disponíveis e preparadas não roda.

Por outro lado, empresas que não se atentam a essa dinâmica acabam enfrentando grandes problemas. Mercadorias paradas em estoques, atrasos na reposição e prateleiras vazias resultam em perdas financeiras e insatisfação dos clientes. A vantagem competitiva, portanto, está em transformar a logística em um ponto forte.

Felizmente, o gestor com quem conversei compreende bem essa necessidade e investe constantemente em melhorias para garantir um atendimento de excelência. Ele sabe que varejo é serviço, e um serviço de qualidade começa pela disponibilidade dos produtos. Afinal, de nada adianta um depósito cheio se os produtos não chegarem às mãos do consumidor no momento certo. Realmente, o depósito, por si só, não vende.

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