“Ver o brilho nos olhos das crianças é o maior prêmio dessa tradição”

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“Ver o brilho nos olhos das crianças é o maior prêmio dessa tradição”

Julio Schwambach, 69, natural e morador da comunidade de Arroio do Ouro, em Estrela, promove há mais de 12 anos uma tradição que resgata a magia da Páscoa. Com apoio da esposa, Rosane Schwambach, 64, transforma o pátio de casa em ponto de encontro para dezenas de crianças, que buscam ninhos escondidos entre árvores, enfeites e corredores naturais. Tudo começou de forma simples, com filhos e vizinhos e, hoje, reúne mais de 50 crianças da região. O objetivo é manter viva a lembrança da infância e oferecer às novas gerações a chance de sentir o encanto da data

“Ver o brilho nos olhos das crianças é o maior prêmio dessa tradição”
Foto: DANIÉLY SCHWAMBACH

O que inspirou essa ação?

Quando eu era criança, vivenciávamos a tradição de procurar os ninhos de Páscoa, e isso deixou uma marca muito forte na minha infância. A alegria que isso trazia era imensa, e eu senti que precisava passar essa experiência adiante. A ideia de continuar com esse costume é para que as crianças de hoje sintam o mesmo encanto que nós sentimos. A Páscoa, ao contrário do Natal, tem algo mágico e único, e a caça ao ninho faz parte dessa magia. É algo que ficou gravado nas nossas memórias, e agora, ao promover essa tradição, queremos manter viva essa lembrança e compartilhar com as novas gerações.

De que forma o movimento começou?

A princípio, era algo pequeno, iniciado com os filhos e alguns vizinhos, mas com o tempo, o boca a boca fez com que a tradição se espalhasse, e a cada ano aumentava o número de participantes. Comecei a chamar os colegas do trabalho, e a coisa foi crescendo. Hoje, a tradição reúne mais de 50 crianças, o que demonstra o quanto as pessoas gostam e compartilham dessa ideia. Ver o brilho nos olhos delas ao encontrarem os ninhos, por mais simples que sejam, é algo que não tem preço. Isso nos dá uma energia renovada, motivação e uma imensa alegria, pois sabemos que estamos perpetuando algo que faz bem, tanto para quem participa, quanto para quem organiza.

Como funciona o processo de organização para esse evento?

Rosane sempre foi uma grande parceira nessa iniciativa. Ela gosta muito de crianças e sempre apoiou essa ideia. No início, era mais simples, fazíamos os pacotinhos um a um, mas com o aumento de crianças, acabamos comprando os ovos prontos. Mesmo assim, ela ajuda em todos os detalhes: organiza, entra em contato com as pessoas, esconde os ninhos e também recepciona os visitantes. Um mês antes, começamos a preparar os enfeites, guardar o que conseguimos de um ano pro outro e, quando sobra um tempinho, tentamos inovar com novos enfeites ou detalhes para deixar tudo ainda mais encantador. O importante é que tudo aconteça com muito carinho e dedicação, para que a magia da Páscoa se faça presente.

Qual o significado de abrir a casa para esse evento?

Sempre gostei de receber as pessoas, de conversar e reunir amigos. Para mim, é uma grande satisfação poder abrir a porta de casa para esses momentos. A maioria das pessoas que participa são amigos ou conhecidos de outros, e essa troca de pessoas vai criando uma rede de amizade. Alguns nem são conhecidos de fato, mas acabam se tornando parte dessa grande família que é a nossa comunidade. É gratificante ver que, por meio dessa tradição, conseguimos unir pessoas e criar laços de amizade e confiança, fortalecendo o espírito comunitário e o carinho entre todos. A casa se torna, então, não apenas um lugar de encontro, mas um espaço de troca, aprendizado e de pura alegria.

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