Governo propõe tarifa gratuita para inscritos no CadÚnico com consumo de até 80 kWh

ENERGIA ELÉTRICA

Governo propõe tarifa gratuita para inscritos no CadÚnico com consumo de até 80 kWh

Projeto pode beneficiar até 60 milhões de brasileiros. Custo estimado será distribuído entre os demais consumidores

Governo propõe tarifa gratuita para inscritos no CadÚnico com consumo de até 80 kWh
Foto: Divulgação
Brasil

O Ministério de Minas e Energia encaminhou à Casa Civil proposta de projeto de lei que amplia o alcance da tarifa social de energia elétrica.

A iniciativa pretende beneficiar até 60 milhões de pessoas com isenção ou descontos na conta de luz. O texto, ainda em fase de ajustes, prevê gratuidade integral para famílias inscritas no Cadastro Único (CadÚnico) com consumo mensal de até 80 quilowatts-hora (kWh).

A medida também abrange beneficiários do BPC, indígenas, quilombolas e moradores de áreas isoladas, desde que estejam incluídos no CadÚnico.

Famílias dentro desses critérios que ultrapassarem o limite de 80 kWh pagarão apenas pelo excedente. Por exemplo, se o consumo for de 86 kWh, será cobrado somente o valor referente aos 6 kWh adicionais.

Além da isenção total para parte dos inscritos, o projeto propõe um desconto social para famílias com renda per capita entre meio e um salário mínimo e consumo de até 120 kWh mensais. Nesse caso, a redução será de 12%, correspondente à isenção da taxa da Conta de Desenvolvimento Energético (CDE), que compõe a tarifa de energia.

No momento, a tarifa social oferece descontos escalonados para famílias com consumo de até 220 kWh, variando de 10% a 65%, conforme a faixa de consumo. Indígenas e quilombolas já possuem isenção total até o limite de 50 kWh.

De acordo com o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, a proposta faz parte de uma reestruturação do setor elétrico e busca promover justiça tarifária. A previsão é de que 16 milhões de brasileiros passem a ter conta de luz zerada, enquanto outros 44 milhões sejam beneficiados com o desconto parcial.

O governo afirma que a ampliação da tarifa social pode reduzir perdas com inadimplência e furtos de energia. O impacto financeiro estimado da proposta é de R$ 4,45 bilhões, valor que será diluído entre os demais consumidores por meio dos reajustes anuais autorizados pela Aneel.

A pasta, no entanto, projeta compensação futura com a redução de subsídios a fontes incentivadas, como a solar e a eólica, cuja retirada pode gerar economia de R$ 10 bilhões no longo prazo. A proposta ainda precisa ser aprovada pela Casa Civil antes de seguir para o Congresso Nacional. O texto pode sofrer alterações até sua tramitação oficial.

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