A dificuldade enfrentada pela nova empresa para recolher o lixo e a necessidade de aprofundar um estudo para qualificar o serviço pautaram os discursos dos vereadores na sessão desta terça-feira, 15. As manifestações ocorrem após o início de um contrato emergencial onde a Coleturbe, vencedora da licitação, alegou falta de profissionais e desconhecimento da cidade para justificar o acúmulo de materiais espalhados pelos bairros e centro de Lajeado.
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Heitor Hoppe (PP) foi um dos mais indignados. O vereador, que sugere a criação de uma comissão especial na câmara para tratar sobre o tema, ponderou que faltou interesse da empresa em conhecer a rotina do município e organizar-se em relação ao número de trabalhadores para coleta. “Imagina a imagem que ficou da nossa cidade!”, resumiu.
Líder de governo, Lorival Silveira (PP) reconheceu o erro, porém elogiou a prefeita Gláucia Schumacher por designar servidores para um mutirão de limpeza em auxílio a empresa responsável. “Eu vi gente vibrando que deu problema. Mas a prefeita foi ágil. Colocou pessoal da prefeitura e resolveu. Isso é gestor, que chama responsabilidade para si”, concluiu.
Os argumentos de Lorival foram rebatidos por integrantes da oposição. Vavá (MDB) direcionou as críticas para a demora em encaminhar uma solução para o contrato anterior que encerrou na última semana. “Desde janeiro se sabia que o contrato terminava em abril. Funcionários da prefeitura deixaram de ir trabalhar para recolher lixo”, lembrou.
Paula Thomas (PSDB) e Cascão (PP) cobraram a empresa que iniciou na última semana o recolhimento. ““Poderia ter entendido o serviço a qual estavam participando”, definiu Paula.
Antônio Oliveira (Podemos) endossou as críticas e pediu intervenção do município caso ocorram novos problemas. “No dia 27 de março foi assinado contrato, iniciou dia 12 de abril. Tiveram 15 dias para conhecer a cidade e contratar pessoas. Tem funcionários que foram procurados na última sexta-feira”, reclamou.
Um estudo foi contratado pelo governo para identificar possíveis alternativas para melhorar o sistema de limpeza pública. Os resultados devem ser entregues em 120 dias. Até lá, a expectativa é que a Coleturbe consiga ampliar seu efetivo e adaptar-se a logística da cidade.
Polêmica das cotas
Rosane Cardoso (PT) protocolou um projeto que sugere reserva de 20% das vagas em concursos públicos municipais para pessoas pretas, pardas e indígenas. O assunto rendeu polêmicas nas redes sociais e comentários considerados ofensivos. “Cota não é favor, não é dado, não é algo que se recebe como se nada fosse. Não serão aprovados automaticamente por serem negros, terão que passar pelo processo seletivo”, argumentou.
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O texto iniciou sua tramitação na casa e ainda precisa passar pelas comissões antes de ingressar no plenário. Nos bastidores, o assunto divide opiniões e alguns vereadores preferiram não opinar, mesmo fora dos microfones.
Contra o pedágio
Dois integrantes da bancada do PL, Ramatis de Oliveira e Mano Pereira, reforçaram o posicionamento contrário ao plano de concessão de rodovias. Ramatis chegou a questionar o valor proposto da tarifa por quilômetro rodado, que deve diminuir dos atuais R$ 0,23. “Supomos que caia para R$ 0,14. Mas depois daqui a um ano quando começarem as obras e aumentar para R$ 0,21 por exemplo, vai servir?”, questionou.
Neco Santos (PL) e outros vereadores cobraram soluções para problemas no trânsito, em especial na Avenida Amazonas, onde uma jovem morreu nos últimos dias. A câmara chegou a fazer um minuto de silêncio, uma vez que a vítima do acidente é filha do ex-vereador Ildo Salvi.
12 projetos aprovados
Com uma pauta extensa, a sessão teve 12 projetos que receberam sinal positivo dos vereadores. Cinco deles são para auxílios a empresas em horas-máquina. As contempladas são: Docile Alimentos, Porto da Figueira Mineração, Assessoria e Consultoria Monica Ltda, Refricomp e a Vidraçaria Lajeadense.
Autorizada ainda a contratação de um engenheiro elétrico e a abertura de crédito em, R$ 1 milhão para desapropriação de uma área onde está em construção a Central de Polícia, no bairro São Cristóvão.
Avançaram também a criação do Programa Troco Solidário, modificação nos boletos de cobrança da taxa de água e alteração de nome de Rua no Bairro Universitário, que passa a se chamar Rua Hellmut Carlos Glufke.
No final da sessão, o diretor executivo do Pro-Move Lajeado, Tiago Guerra, apresentou as ações dos seis anos do programa em Lajeado.