“Sei que estou contribuindo para o desenvolvimento de outras pessoas”

abre aspas

“Sei que estou contribuindo para o desenvolvimento de outras pessoas”

Desde pequena, Deise Kern, de Venâncio Aires, já demonstrava paixão pelos palcos. Nos intervalos da escola, reunia amigos e criava peças para apresentar à turma. O talento logo ganhou direção e ela passou a frequentar aulas de teatro. Embora seja pedagoga por formação, o teatro ainda corre nas veias. Em 2024, foi convidada a dar aulas no Estúdio Développé Venâncio Aires e, hoje, prepara crianças e adultos não só para o palco, mas para a vida

“Sei que estou contribuindo para o desenvolvimento de outras pessoas”
Foto: arquivo pessoal

Como o teatro chegou à sua vida?

Iniciei como professora de teatro em agosto do ano passado, em 2024, quando recebi o convite da Laísa, proprietária do Estúdio Développé, onde sou professora. Ela me falou da vaga e eu adorei a ideia.
Sempre digo que sou uma pessoa muito metida, gosto de fazer as coisas, então o teatro está na minha vida desde a época de escola. Eu reunia as minhas colegas na hora do recreio e montava peças de teatro, e depois perguntava para a professora se podíamos nos apresentar para a turma.

Lembra da primeira vez que pisou no palco?

Em 2004 foi quando comecei as aulas de teatro, e ali naquele mesmo ano a gente já teve uma apresentação. Montamos uma peça para se apresentar e foi ótimo. O nervosismo com certeza bate, a gente fica com medo de esquecer fala, mas foi uma sensação muito boa. Uma situação que ficou marcada, que recordo, foi uma vez que fizemos algumas interações fantasiadas com as pessoas, e eu esta va fantasiada de bruxa. Então algumas crianças ficaram com pouco de medo, outras xingaram do tipo ‘sai daqui sua bruxa’. Marcou porque quando eu escolhi a fantasia não era a reação que eu esperava.

Qual foi o momento em que você pensou: “É por isso que faço o que faço”?

Hoje, como professora de teatro, converso muito com as minhas alunas, e pergunto por que escolheram estar no teatro. E o relato é que escolheram fazer justamente para perder a vergonha, para melhorar a desenvoltura, principalmente em apresentação de trabalhos na escola e depois até para o próprio mercado de trabalho. É uma coisa que me deixa muito orgulhosa do trabalho que eu desenvolvo porque eu sei que eu estou contribuindo para o desenvolvimento de outras pessoas. O teatro não é só um teatro. Tanto como aluna, quanto como professora, sempre foi nesse intuito de desenvolvimento pessoal e autoconhecimento, da pessoa se conhecer e entender também os seus limites, as suas formas de expressar, que é tão importante hoje em dia a comunicação, a expressão para conviver em sociedade.

Como você vê o cenário teatral na nossa região?

Ainda é fraco. Poderia ser melhor. Falando de Venâncio, eu percebo que, quando tem movimentos culturais, as pessoas que vão assistir são sempre as que estão próximas das que estão envolvidas. Ou seja, é algum familiar que vai ver alguém se apresentar. E nesse contexto eu não me refiro só ao teatro, eu falo das outras culturas também. Talvez muitas pessoas pensem no teatro mais no intuito de profissão, de ator e atriz, e não tem a percepção do quanto pode agregar no autoconhecimento.

Acompanhe
nossas
redes sociais