A falta de terrenos disponíveis e a resistência de parte da comunidade em aceitar a instalação de famílias vítimas das enchentes em seus bairros, por temerem a desvalorização dos imóveis com a chegada de novos residentes em situação de vulnerabilidade, têm dificultado o avanço das ações habitacionais em Arroio do Meio, conforme explica o prefeito Sidnei Eckert (MDB).
Ainda é necessário construir 294 casas para atender as famílias atingidas pela enchente de setembro de 2023. Naquele mesmo ano, a União empenhou R$ 55 milhões para o município, valor que pode ser perdido caso não haja avanços concretos na área habitacional nos próximos meses.
“No dia 2 de janeiro deste ano, não havia nenhum projeto apresentado para aplicação desse valor. Existia apenas uma área com promessa de compra e venda no bairro Medianeira”, comentou o prefeito. O terreno mencionado, no entanto, vai contra a intenção do município, que busca evitar a concentração habitacional em um único ponto da cidade.
Outro desafio é o custo limitado por residência, estipulado em cerca de R$ 150 mil, somado ao valor disponível em caixa, de apenas R$ 700 mil, o que restringe a execução de projetos mais completos. Segundo a gestão municipal, não é viável propor soluções ideais, já que muitas empresas desistem das licitações diante das exigências técnicas e do orçamento reduzido.
Entre as possibilidades discutidas está a ocupação de áreas institucionais, com a distribuição das famílias em cerca de dez locais diferentes, favorecendo a formação de comunidades mais integradas. Caso a realocação seja confirmada, o poder público reforça que o compromisso precisa ser assumido de forma coletiva, com apoio da população.