Embora a reunião da manhã desta sexta-feira, 11, no Palácio Piratini, tenha sido considerada frustrante por líderes locais, foi confirmada pelo governador Eduardo Leite a redução na tarifa-teto dos pedágios dentro do plano de concessão das rodovias estaduais. Em entrevista ao final do encontro, ele reafirmou, no entanto, que ainda não é possível anunciar novos valores.
“Não temos a condição de trazer aqui qual será o valor. Pois é esse que vai para a disputa [do leilão] e a partir disso o melhor desconto é que vai obter a concessão. Existem concessões no país em que o desconto chegou a mais de 50% […] Mas está claro. A tarifa-teto será menor do que os R$ 0,23 apresentados inicialmente”, garantiu.
Segundo o chefe do Executivo gaúcho, a ideia da reunião foi justamente para intensificar o diálogo com a região e mostrar a disposição do Estado em reavaliar a proposta inicial da concessão. Nesse contexto, destacou a participação do Vale do Taquari no processo. Foram centenas de participações na consulta pública aberta pelo Piratini.
“Nesse bloco de rodovias, a mobilização tem sido intensa das comunidades. É admirável a demonstração de interesse, de conhecer, entender, se apropriar e contribuir. Isso nos ajuda demais a montar um projeto mais eficaz. São centenas de contribuições sendo processadas”.
A devolutiva deve ocorrer em um mês. Além do novo valor da tarifa-teto, serão detalhadas todas as obras e prazos do projeto de concessão. O leilão será no segundo semestre, possivelmente em outubro, segundo o secretário da Reconstrução Gaúcha, Pedro Capeluppi.
Maior aporte
Se a redução na tarifa-teto do pedágio está definida, o governo gaúcho ainda não confirma como essa construção será feita. Segundo Leite, esse valor menor envolve a questão dos prazos e o volume de obras previstas no contrato de concessão e também um possível maior aporte por parte do Estado no projeto. “Ainda não temos condições de dizer [como será]. Essa combinação tem multifatores”, frisou.
Em relação ao aporte, frisa que essa é uma das principais demandas que surgem de lideranças regionais. “Mas é preciso ter clareza dos limites do Estado. A percepção das pessoas é que há um dinheiro que não é de ninguém para ser colocado ali. Não tem dinheiro guardado em algum cofre, sobrando. Podemos avançar no aporte, mas não é possível fazer isso sem que puna outros serviços”.
Líderes regionais acompanharam reunião / Crédito: Vitor Rosa/Palácio Piratini
Julgamento
Em relação ao julgamento de decisão da concessão, Leite salienta que, pelo projeto atual, o desconto na tarifa da empresa vencedora deveria vir acompanhada de desconto no aporte do Estado, o que impactaria no valor final. Essa medida será revista dentro da nova proposta.
“O concessionário seria mais conservador com essa proposta atual. Agora vamos sustentar um valor de aporte sem desconto envolvido. Será integralmente. Além de irmos ao leilão com valor menor da tarifa, teremos a expectativa de um desconto maior”.
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