“A principal certeza é que a tarifa não será de R$ 0,23 por quilômetro rodado. O governador está comprometido com isso e vamos baixar”. É o que afirma o secretário da Reconstrução, Pedro Capeluppi.
Os resultados da consulta pública endossam essa cobrança sobre o Piratini. De acordo com ele, das quase 400 contribuições, 60% tratam do alto custo do pedágio. Os movimentos para alcançar esse objetivo ainda precisam de confirmação. Passa por redução de obras, postergar investimentos, ou aumentar o aporte público. “É preciso melhorar a infraestrutura rodoviária do estado, e estamos convencidos que a melhor maneira é pela concessão.”
As observações preliminares sobre o caminho para emplacar o plano dos novos pedágios serão debatidas com líderes das regiões do Bloco 2. O encontro está marcado para hoje, a partir das 9h, no Palácio Piratini. O governador Eduardo Leite coordena a apresentação.
“É uma prova de que o Estado mantém o diálogo e que está empenhado em criar o melhor formato possível. O governador sempre esteve engajado nessa temática”, realça Capeluppi.
As respostas aos pedidos de mudanças, adaptações e inclusão de obras estão previstas para ocorrerem até o fim de abril, destaca o secretário. Até o momento, foi mantido o aporte de R$ 1,3 bilhão por meio do Fundo da Reconstrução (Funrigs), para obras de resiliência climática. Ao todo, são R$ 6,7 bilhões de investimentos previstos, com 244 quilômetros de duplicações e 103 quilômetros de terceiras pistas.
Reunião com deputados
Antes de chamar os líderes das regiões, o governo convocou deputados da base aliada. Enquanto a oposição critica a medida por meio da Frente Parlamentar contra os Pedágios, a estratégia é de instrumentalizar os situacionistas para terem as informações mais relevantes sobre o pacote dos pedágios.
Em um primeiro momento, foi dito que o Estado mudaria o modelo tradicional de concessão para uma Parceria Público-Privada (PPP). Conforme Airton Artus (PDT), na essência, essa alteração é pouco significativa. “É apenas semântica, pelo fato do governo garantir o aporte de R$ 1,3 bilhão. Por isso se torna uma parceria.”
Na avaliação dele, houve avanços na proposta. Ao mesmo tempo, considera essencial uma análise mais aprofundada sobre as intervenções nos municípios. “Temos cidades com alta urbanização. Precisamos das melhorias na infraestrutura, mas estamos traumatizados com pedágios. Por isso precisamos de um projeto realista e adaptado à nossa realidade”.
O deputado, que preside a Comissão de Defesa do Consumidor da Assembleia, revela o embate entre os parlamentares. Na noite dessa quarta-feira, 9 de abril, a tentativa da Frente contra os Pedágios de agendar audiências públicas foi esvaziada.
Sem quórum, as reuniões não foram aprovadas. “Isso aconteceu quando na Defesa do Consumidor também propusemos audiências. Nesta frente, temos o PL e o PT juntos. Não é uma organização para tratar das concessões, mas para ser contra o governo.”
Pesquisa de opinião
Na reunião com os deputados, o governador Eduardo Leite apresentou o resultado de uma pesquisa de opinião feita pelo Executivo gaúcho entre o fim de março e início deste mês. O estudo ouviu 1,2 mil pessoas nos municípios da região abrangida pelo Bloco 2 de concessões.
O objetivo é avaliar a percepção sobre a situação das rodovias e a aceitação do modelo de concessão proposto pelo governo estadual.