O debate sobre o plano de concessões de rodovias estaduais e a conclusão das obras na ponte da ERS-130 pautaram a sessão desta terça-feira, 8, na câmara de Lajeado. Os vereadores demonstraram preocupação com a proposta apresentada pelo estado em relação ao valor da tarifa e obras de infraestrutura.
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A manifestação mais forte foi de Mano Pereira (PL). Ele chegou a apresentar um papel com a escrita “não ao pedágio” e defendeu o cancelamento das tratativas para privatização das rodovias. “Me convença que acrescenta para nossa cidade e estado. Depois de tragédia atrás de tragédia… Já não chega tanta taxa e imposto? Vão empurrando goela abaixo”, criticou.
Aquiles Mallmann – Cascão (PP) citou a manifestação de Eduardo Leite no final de semana durante a inauguração do Cristo Protetor onde o governador indicou uma redução no valor proposto inicialmente de R$ 0,23 por quilômetro rodado. “Pode chegar a R$ 0,67 para os caminhões. Vai impactar e tirar o poder de compra das nossas famílias. Temos que alongar o prazo da concessão e rever o cronograma de obras, além do aporte estadual”, sugeriu.
Ramatis de Oliveira (PL) ressaltou que a região já tem um modelo de pedágios em cidades como Venâncio Aires e Encantado. “Em 1937 foi criado o Daer para administrar as rodovias. O dinheiro que o estado arrecada deveria ser investido ali”, defendeu.
Em contrapartida, Paula Thomas (PSDB) argumentou sobre a necessidade de obras para qualificar a logística regional e que conceder as rodovias para iniciativa privada contribui para liberdade econômica. ““O bloco 2 são 470 quilômetros, não duplicados. Quem vai fazer essa obra? Alguém vai pagar essa conta? Desculpa, o dinheiro do governo é o nosso dinheiro. O dinheiro do pedágio é o nosso dinheiro. Então a gente precisa entender que não existe dinheiro do governo, dinheiro do federal, do estadual, do município”, complementou.
Ponte da ERS-130 e estiva
Prevista para ser entregue definitivamente nesta quinta-feira, 10, a ponte da ERS-130 também rendeu críticas. Ramatis de Oliveira (PL) lembrou do atraso em relação aos prazos estipulados, como o último 29 de março e pediu punição por parte do Ministério Público. “Temos 12 dias de atraso. Acredito que o MP não vai perder sua credibilidade”, cobrou.
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Antônio Oliveira (Podemos) solicitou que com a liberação da ponte, o governo de Lajeado recupera a rua Romeu Júlio Scherer, que permite acesso a ponto do exército e serviu como travessia alternativa sobre o Rio Forqueta.
Waldir Blau (MDB) e Jones Vavá (MDB) abordaram a passagem molhada, chamada de “estiva” e construída junto da ponte do exército. A estrutura cedeu após as chuvas da última semana e foi destruída. “O engenheiro que fez aquilo precisa ir na universidade que estudou e pedir o dinheiro de volta”, afirmou Blau.
Vavá alertou para falta de segurança no local com veículos que passaram pela estiva pouco antes da destruição da passagem. “Estamos prontos para algum tipo de tragédia?”, pediu.
Turismo em Lajeado
A inauguração do complexo do Cristo Protetor também rendeu elogios na câmara. Heitor Hoppe (PP) destacou o novo momento da região com o empreendimento.
Lisandra Quinot (PP) questionou os movimentos de Lajeado para qualificar-se no turismo e estar apto a receber público de outras regiões. “Precisamos olhar para os parques, o cicloturismo e o potencial que temos na gastronomia”, indicou.
Mais tempo para analisar auxílio a empresas
Na tramitação de projetos, os vereadores aprovaram as contratações temporárias de um contador e analista de segurança. Avançou ainda um crédito suplementar de R$ 280 mil voltado para educação.
A bancada do MDB não aceitou um acordo para incluir na pauta cinco projetos que preveem auxílios em horas-máquina e outros serviços para as empresas: Refricomp, Vidraçaria Lajeadense, Porto da Figueira, Docile Alimentos e Assessoria e Consultoria Monica.
De acordo com Vavá (MDB) os projetos entraram na casa na mesma semana da sessão e precisam mais tempo para análise em função dos valores.