A preocupação com a lenta construção de moradias definitivas em Roca Sales persiste, conforme expressa o presidente da CIC, Cléber dos Santos. Um ano e meio após a enchente de setembro de 2023 e 11 meses após a catástrofe de maio de 2024, o dirigente ressalta que, apesar das doações de dinheiro e materiais, o Estado e a União ainda não investiram em programas habitacionais para o município
De acordo com Santos, cerca de 350 famílias ainda aguardam por uma solução definitiva. Muitas estão em moradias provisórias, residindo com familiares ou sendo atendidas pelo programa de aluguel social. No entanto, o presidente da CIC ressalta que algumas dessas famílias enfrentam dificuldades para arcar com o valor mensal, e que as soluções temporárias não garantem a dignidade necessária.
“A população quer respostas. Por que isso não está acontecendo, se há uma vontade genuína de pessoas e entidades em doar e entregar casas? O que está travando o processo?”, questiona.
Santos afirma que o município recebeu doações expressivas, como 45 mil tijolos e 1.150 sacos de cimento da Federasul, e que esses materiais continuam parados. “É inadmissível que isso se prolongue. Se a responsabilidade é do governo, que se posicione. Se é da administração municipal, que também se manifeste. Nada de definitivo está acontecendo”, desabafa.
Ele menciona que 12 casas foram construídas até agora por meio de doações da iniciativa privada, além de algumas unidades viabilizadas na zona rural.
O presidente da CIC também aponta os impactos da demora na economia local. “Com 300 famílias a mais vivendo aqui, há fomento ao comércio, à economia. O comércio morre quando as pessoas vão embora — e elas ainda estão indo, porque nada está sendo feito”, afirma.
Santos ainda cita a assinatura de um contrato de R$ 15 milhões para a reconstrução da área central da cidade e a construção de uma nova ponte. “Com esse valor, seria possível construir cerca de 300 casas. Respeito esse investimento, mas precisamos priorizar a habitação”, conclui.