Começou a campanha de vacinação contra a gripe. Dados da Secretaria Estadual de Saúde (SES) mostram que entre 2023 e 2024, houve 423 mortes causadas por complicações em função da influenza. Destas, 304 foram de idosos a partir de 60 anos.
Neste sentido, o Estado tem como objetivo garantir a vacinação de 90% do público de idosos e pessoas com comorbidades. No RS, a estimativa é imunizar mais de 2 milhões de pessoas.
Em Lajeado, a aplicação das doses começou no sábado, com movimento considerado positivo pela Coordenação Epidemiológica. Essa procura seguiu alta nessa segunda-feira. Entre as pessoas que buscaram a imunização está Mercedes Joana Dametto, 76 anos.
Moradora do Centro, aconselha a buscar a vacinação. “Eu tomo a vacina todos os anos há muito tempo. Em 2021, não pude tomar. Passou o tempo e não fiz. Eu tive uma gripe muito forte. Agora, não deixo passar nenhuma.”
Neste ano, uma das novidades é manter as doses disponíveis enquanto durarem os estoques. Com isso, há data de início, mas não de término. “Eu vim fazer a vacina para ter um inverno mais tranquilo”, afirma a aposentada Valéria Simpsen, 68.
Oficial da reserva dos Bombeiros, Lúcio Aires Rodrigues, levou a mãe para receber a vacina. “Eu não costumo fazer. Desde 2016, para ser exato. Tive uma reação e como sempre cuidei da saúde, tinha boa imunidade, não precisava. Agora, aposentado, vou voltar a fazer”, diz.
Pelo relatório do Estado, a cada dez óbitos por doenças respiratórias ligadas aos vírus da influenza, sete são de pessoas com 60 anos ou mais. Os idosos também representam a maior parcela de hospitalizações.
Das quase 3,4 mil internações dos últimos dois anos, mais de 1,5 mil foram nestas faixas etárias, o que representa 46% do total.
Em 2025 (com dados até 06/04), o panorama não diverge da tendência. São 110 hospitalizações por agravamento em razão da infecção pela influenza, dos quais 46 foram entre idosos (42%). Já aconteceram seis óbitos no RS por gripe, sendo quatro deles na faixa etária dos 60 aos 79 anos.
“É preciso vacinar cedo para proteger melhor”
A coordenadora da Vigilância Epidemiológica de Lajeado, Juliana Demarchi, destaca a adesão nos primeiros dias. “Tivemos uma excelente procura desde sábado. Hoje (segunda-feira), ao longo da manhã, as salas de vacinação seguiram com movimento constante. Um início muito positivo, visto que o objetivo é imunizar o quanto antes para garantir proteção ao longo do outono e inverno.”
O município tem como meta imunizar 90% do público-alvo, especialmente idosos, gestantes e crianças com menos de 6 anos. Segundo Juliana, o planejamento inclui estratégias para facilitar o acesso da população à vacina. “Temos 12 salas de vacinação funcionando em horário integral ou estendido. Além disso, já iniciamos a imunização nas Instituições de Longa Permanência para Idosos e com atendimento domiciliar.”
Dentre os grupos prioritários, a lista inclui 20 categorias, como profissionais da saúde, população indígena, professores, pessoas com deficiência, trabalhadores do transporte e forças de segurança. “É fundamental que cada grupo se conscientize da importância de se vacinar. Embora ainda estejamos no início, a expectativa é ampliar a adesão em relação aos anos anteriores.”
Segundo ela, em 2023 e 2024 os índices ficaram abaixo do ideal, o que aumenta a preocupação neste ano. “A baixa cobertura dos últimos dois anos acendeu um alerta. A vacina contra a influenza não só protege o indivíduo, mas também reduz a sobrecarga nos serviços de saúde. Por isso, é essencial que a população busque a dose assim que possível.”
O que a vacina previne:
- Internações
- Complicações como pneumonia e desidratação
- Agravamento de doenças crônicas
- Óbitos em grupos vulneráveis
Composição da dose 2025:
A vacina trivalente protege contra os vírus influenza A (H1N1 e H3N2) e influenza B, conforme recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS).