Eu vejo o futuro repetir o passado

Opinião

Marcos Frank

Marcos Frank

Médico neurocirurgião

Colunista

Eu vejo o futuro repetir o passado

“Omnia Romae cum pretio.”
(Tudo em Roma tem seu preço.)
Juvenal 60-130 DC

Esse texto foi originalmente publicado em agosto de 2021, e foi intencionalmente reduzido agora para fins de comparação com fatos atuais.

“O ministro do STF Alexandre de Moraes tem sido jocosamente chamado por Roberto Jefferson de Xandão ou maridão de Dona Vivi(a mesma Vivi que aparece agora no incrível caso do Banco Master). Jefferson também diz com todas as letras que o ministro seria o pior caráter entre todos atuais  integrantes do STF.

Pois bem, hoje (agosto de 2021) o ministro que preside o inquérito da milícia digital, não se sentiu impedido e nem constrangido de mandar prender o presidente do PTB e seu desafeto pessoal, a pedido da Policia Federal, é bom que se diga.

O fato impar, foi comemorado por ninguém menos que o embaixador da China no Brasil, mais um dos desafetos do boquirroto Jefferson.

Não é de hoje (2021) que o STF tem tomado medidas no mínimo insólitas. Ano passado, por exemplo, (referindo-se a 2020) foi a julgamento a legalidade do Inquérito 4781/DF, conhecido como inquérito das fake news.  Ali se discutia o reconhecimento, fato quase unânime até então, de que um magistrado não pode ser ao mesmo tempo investigador, sob pena de ser parcial. Também se debatia o que parecia absurdo,( para os padrões da época) de que vítimas de supostas infrações penais sejam as responsáveis pela investigação, ou por qualquer atuação processual num caso concreto, mas infelizmente o placar favorável de 10 x 1 no referido julgamento, mostrou que a logica nem sempre frequenta a cabeça de nossos supremos juízes.

Com tal poder nas mãos, o STF através de Alexandre de Moraes seguiu em frente, ora mandando prender uma ativista cabeça oca, ora prendendo um deputado federal e incluindo até mesmo o Presidente da República (Bolsonaro no caso) em uma apuração.

Alexandre de Moraes foi escolhido ministro do STF pelo ex-presidente Temer a quem serviu como ministro da justiça. Era mais um claro insulto a Constituição, a qual veda a indicação de quem tenha exercido cargo de confiança durante o mandato do presidente que faz a indicação. Mas no Brasil quem dá bola para esses detalhes?

Um ano antes dessa escolha, em setembro de 2016 o jornal “O Estado de São Paulo” publicou um editorial pedindo a renuncia do então ministro da Justiça. As palavras foram duras: “O ministro da Justiça e Cidadania, Alexandre de Moraes, não tem mais condições de permanecer no cargo, se é que algum dia as teve…”

O mesmo “Estadão” em 2015 afirmou que o atual ministro do STF constava como advogado em 123 ações da cooperativa Transcooper, uma empresa investigada por lavagem de dinheiro da organização criminosa PCC.

Não é um currículo invejável, assim como não é o de Roberto Jefferson que apareceu pela primeira vez defendendo o ex-presidente Collor, para depois ser lulista e por fim bolsonarista, numa coerência ímpar, mesmo para os padrões de Brasília.

Em 2005 ele foi o estopim do mensalão ao encerrar a carreira politica de José Dirceu (ledo engano, como ficamos agora sabendo) e mostrar as entranhas do governo petista.

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